sexta-feira, 30 de abril de 2010

"A vida dos outros" de Florian Henckel von Donnersmarck

O filme "A vida dos outros" (Das Leben der Anderen, 2006, ALE, Cor, 137 min, Drama) escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck gerou controvérsias pelas implicações que parte de seus personagens, inspirados em pessoas reais e, nas expressões que explicitam a natureza do regime político que vigorava na antiga Alemanha oriental, totalitária e repressora, traça numa história em trama singular que lhe valeu reconhecimento mundial de público e crítica.
O envolvimento do agente da Stasi (polícia política do Estado) Gerd Wiesler através de escutas clandestinas feitas ao espionar o casal composto por um escritor, Georg Dreyman e uma atriz, Christa-Maria Sieland, crescente à medida do desdobramento da história, torna exemplarmente brilhante o poder da arte sobre a sensibilidade e a ideologia.
A narrativa envolvente e os detalhes e movimentos retratados com maestria pelo diretor com o bom elenco, fizeram de "A vida dos outros" ser considerado um dos melhores filmes alemães dos últimos 25 anos.
É antológico os momentos finais do filme onde os personagens se revelam e, nisto, se reconhecem em suas interações/intervenções mútuas que na vida de uns e outros, transformarão marcando para sempre o que da vida dos outros, se mostra como a própria de si mesmo em sua imperiosa dimensão relacional de alteridade sempre transformadora.

Atlas Shrugged

Fundado a partir das obras de ficção da escritora e filósofa Ayn Rand, o Objetivismo preconiza o individualismo acima de qualquer outro valor e, acima de tudo, a razão como a única fonte de conhecimento do real e seu meio de sobrevivência básico. Afirmando ser o homem um "ser heróico" cujo único valor absoluto é a racionalidade, a escritora de ascendência judaico-russo se tornou um dos maiores nomes da filosofia do século XX , tornando-se famosa principalmente pela publicação do romance "Atlas shrugged" que narra um futuro distópico no qual as maiores mentes do planeta começam a desaparecer. Nesta obra, através de um monólogo do protagonista, são expostos os pilares do Objetivismo. Segundo o site http://www.objetivismo.com.br/ uma nova tradução - pois já existe uma outra versão cujo título é "Quem é John Galt?", publicada na década de 80 - deste primoroso romance está para ser lançada ainda este ano:

Depois da ótima tradução de "The Fountainhead" (conhecido aqui como "A Nascente"), a Editora Landscape já definiu a data de publicação de Atlas Shrugged no Brasil: o público brasileiro desfrutará de uma nova tradução do robusto romance de Ayn Rand a partir de março de 2010.

My philosophy, in essence, is the concept of man as a heroic being, with his own happiness as the moral purpose of his life, with productive achievement as his noblest activity, and reason as his only absolute.
— Ayn Rand, Apêndice de Atlas Shrugged

Mais informações: http://www.objectivistcenter.org

Sítio do Livro



"Associando a modernidade da Tecnologia, através da Internet e da reprografia digital, ao mais tradicional da Cultura, o Livro, este projecto pretende desenvolver uma actividade comercial complementar e, portanto, não concorrencial, ao negócio existente, dando a possibilidade de se vender o que, de outra forma, não estaria sequer acessível ao mercado. Vamos servir os autores e os editores, mas também as livrarias e os leitores."

http://www.sitiodolivro.pt/

"Unesco"

"A Representação da UNESCO no Brasil é um escritório nacional da região da América Latina. Seu principal objetivo é auxiliar a formulação e operacionalização de políticas públicas que estejam em sintonia com as estratégias acordadas entre os Estados Membros da UNESCO.
A atuação da UNESCO ocorre prioritariamente por intermédio de projetos governamentais de cooperação técnica, mas ocorre também em parceria com outros setores da sociedade civil, na medida em que seus propósitos venham a contribuir para as políticas públicas de desenvolvimento humano."
Acesse:

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

"As bruxas de Salém" de Arthur Miller / Nicholas Hytner

Como todo bom filme adaptado de um obra de igual qualidade no caso a peça de teatro: "As bruxas de Salém" (The Crucible, 1996, EUA, 124 min, Cor, Drama) de Arthur Miller em filme dirigido por Nicholas Hytner, este narra trama de um modo virtiginoso com as boas atuações do elenco em particular de Daniel Day-Lewis e Winona Ryder, acerca do julgamento e condenação por bruxaria no povoado de Salém (Massachusetts) em 1692.
É interessante notar a presença implícita do conflito étnico-racial no contexto cultural adverso de então, onde se forjam as suspeitas de feitiçaria quando estas não passam da prática de vodu e, principalmente, dos interesses políticos que se imiscuem disfarçados na história que faz pensar critica e reflexivamente, tanto no julgamento levado à cabo pelos puritanos, quanto no oportunismo dos interesses que nada tem com a religião embora dela se sirvam para serem alcançados.
Aqui bem retratados nas práticas do "a qualquer custo", inclusive o de vidas e da suposta verdade e razão que se perdem em meio aos absurdos e mesquinharias ao sabor das inquisições que aos poucos, a todos devora e compromete.
Um filme que faz pensar em contextos distintos como o religioso (inquisições) e em particular o político, quando entre outros em meio ao "macartismo" que no fim da década de 40 e durante a de 50 nos EUA, vigorou numa autêntica retomada ao método de Salém e de sua "caça as bruxas", esta, voltada para a "bruxaria" do Comunismo.

Feira do Livro de Lisboa

A Feira do Livro da cidade de Lisboa tem inicio hoje , no Parque Eduardo VIII ,e decorrerá até 16 de Maio. 
No endereço abaixo indicado poderá ser consultado o programa desta  Feira . 

"Inscrições para o CCBB"

"Do dia 1° de maio ao dia 1° de junho, estão abertas as inscrições para os projetos culturais que irão compor a programação de 2011 dos centros culturais Banco do Brasil do Rio, de São Paulo e de Brasília, nas áreas de música, exposição, artes cênicas, cinema e vídeo, idéias (palestras, seminários e conferências) e programa educativo (oficinas, cursos e visitas orientadas). As inscrições devem ser feitas pelo site www.bb.com.br/cultura."

Fonte: O Globo - Segundo Caderno - pág 2, em Quinta-feita, 29 de abril de 2010.

"Princípios de política aplicáveis a todos os governos" de Benjamin Constant

A obra "Princípios de política aplicáveis a todos os governos" (2007, Topbooks/Liberty Fund, Trad., Joubert de Oliveira Brizida, 936 págs., R$ 94,90) de Benjamin Constant de Rebeque (1767-1830) expressa exemplarmente o pensamento político deste que é um dos pilares do pensamento político liberal (sobretudo de tradição anglo-saxã embora fosse de origem suíça). A obra traduzida do inglês por Dennis O´keeffe, o que a enriquece pelo apuro crítico e sensibilidade atenta aos detalhes nela minuciosamente detalhados nos conceitos (caso do liberté francês e de seu correspondente duplo sentido semântico no inglês em freedom e liberty) além das observações gerais relacionados ao contexto. O prefácio de Nicholas Capaldi traz uma breve, mas excelente introdução biográfica de Constant e seu pensamento e nele, situando esta obra que permaneceu à parte dentre o conjunto produzido por Constant, prefácio ao mesmo tempo biográfico e contextual com suas influências para as reflexões críticas que o tornaram a grande referência para o pensamento liberal e da filosofia política. A boa tradução feita por Joubert de Oliveira Brízida, não comprometeu a fluência literária que marca a escrita do autor, ainda que tenha aqui sua tradução feita na língua inglesa e não a original francesa, na tradicional qualidade literária que marcou o período em muitas obras dos bons autores e geniais pensadores da época dentre os quais, certamente, está Benjamin Constant neste "Princípios de Política Aplicáveis a Todos os Governos".

Sinopse:

"Escrito durante o ocaso da era napoleônica e publicado pela primeira vez em 1815, 'Princípios de política aplicáveis a todos os governos' é uma exposição dos valores associados à defesa da liberdade, em oposição ao despotismo. Este livro contém alguns dos principais ensaios do autor, como 'Das idéias herdadas sobre o escopo da autoridade política', 'Da jurisdição do governo sobre a atividade econômica e a população' e 'Da autoridade política no mundo antigo', nos quais são desenvolvidos princípios relativos ao liberalismo econômico e ao papel do Estado. Sua obra exerceu grande influência no pensamento brasileiro durante o Império e nos primeiros anos da República, e teve em Dom Pedro II um de seus leitores mais atentos."

quarta-feira, 28 de abril de 2010

"Frank Miller"

Está na rede o blog do grande mestre dos HQ´s Frank Miller autor de célebres gibis como "Batman- O Caveleiro das Trevas" e "Ronin", além de "300" adaptado depois para o cinema que ocupam parte de suas reflexões no blog, ao lado de dicas de estilo nas artes gráficas.
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"Fundação Konrad Adenauer"

"Liberdade, justiça e solidariedade são as directrizes de trabalho da Fundaçao Konrad Adenauer (KAS). A KAS é uma Fundação alemã que simpatiza com os valores do partido político CDU, União Democrata Cristã da Alemanha. Como cofundador do partido CDU e primeiro Chanceler alemão, Konrad Adenauer (1876–1967) aglutinou as tradições sociais, cristãs, conservadores e liberais.
O seu nome representa a visão da reconstrução democrática da Alemanha, a consolidação externa numa sociedade de valores transatlânticos, transfronteiriços, a visão da unificação europeia e a orientação na economia social do mercado.
O seu legado intelectual é a nossa missão e o nosso dever ao mesmo tempo."
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terça-feira, 27 de abril de 2010

"ABRE - Associação Brasileira de Livros Escolares"

"A Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares) é uma entidade civil sem fins lucrativos, fundada em 15 de abril de 1991, para congregar editoras de livros educativos do país. Seus principais objetivos são:
Colaborar para o desenvolvimento educacional e cultural do País, através de atividades destinadas a aprimorar políticas referentes à educação, à cultura, à formação do educador, ao incentivo à leitura e ao aprimoramento da qualidade do livro.
Orientar, defender e proteger os interesses da categoria e de seus associados, representando as editoras junto aos governos e outras instâncias.
Manutenção de um constante diálogo e de um trabalho em parceria junto aos órgãos governamentais visando à contínua melhoria da qualidade física e pedagógica das obras e da operacionalização dos Programas Nacionais do Livro."
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"1984" de George Orwell

A obra "1984" (Cia das Letras, 2009, Trad. Alexandre Hubner e Heloisa Jahn, 416 págs., R$ 41,00) de George Orwell ou Eric Arthur Blair (seu verdadeiro nome) é junto da "A revolução dos bichos" (1945) sua obra mais conhecida (e considerada a magna) também adaptada para o cinema. E embora persista o equívoco na interpretação simplória e massificada de que esta como suas outras obras sejam um ataque ao socialismo, ele tece as mesmas críticas aos equívocos perpetrados pelos sistemas políticos que, neste sentido, poderiam ocorrer em qualquer ideologia, mesmo aquelas pretensamente declaradas defensoras da democracia. Contudo, devido ao contexto histórico em que a obra foi lançada e em particular, suas representações associadas e em alguns casos de termos e conceitos tornados efetivos, caso mais conhecido do "big brother" oriundo desta obra, é tido como mais como defensor da liberdade individual, do que crítico dos sistemas governamentais políticos totalitários e repressivos que o é Orwell e o são suas obras. O personagem Winston Smith é decerto um destes tipos que da literatura irá antecipar um tipo de homem moderno, insignificante ao mesmo tempo que à serviço do aparato do Estado nos usos e abusos que controladores e perversos, o tornam típico sujeito "orwelliano" desta distopia literária que, por vezes, nos parece cada vez mais real e iminente.

Sinopse:

"Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'"

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Alicenations"

"Alicenations é um blog da SOCIEDADE LEWIS CARROLL DO BRASIL e está aberto ao público. Promoveremos várias atrações entre eventos, publicações e muito mais.
Acompanhe e descubra no final nesse blog como participar.
Essa é uma sociedade sem fins lucrativos que visa estimular a investigação e a admiração pela obra de Lewis Carroll, o intercâmbio de idéias com ou sem sentido, a promoção de eventos culturais maravilhosos e absurdos, a manutenção de uma galeria de arte virtual, a divulgação e produção deimagens, textos, memorabilias e outras aventuras. Estamos também engajados no mapeamento da produção já realizada no Brasil sobre o tema e em estimular a criação de material inédito intelectual e artístico."
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Henri-Benjamin Constant de Rebeque (1767-1830)

Henri-Benjamin Constant de Rebeque (1767-1830) é dos pensadores políticos mais originais por sua reflexão e amplitude e, um dos principais pilares do pensamento liberal que por sua cultura e conhecimento contemplou à parte as questões políticas e dos governos a filosofia, história, economia, o direito, literatura e religião.
Nascido na Suíça e de formação protestante, teve sua educação tutelada por escoceses e alemães que influenciaram para que se tornasse mais próximo da tradição liberal anglo-saxão do que de sua própria e mais próxima, a francesa.
O período em de estudos em Edimburgo será o marco em sua formação intelectual e lá, aprende a ler e escrever na língua inglesa com fluência lendo William Blackstone, David Hume, Adam Smith, Adam Ferguson e Dugald Stewart, além de Edward Gibbon, Edmund Burke e William Godwin.
Portanto, o Iluminismo escocês terá grande influência em seu pensamento, tendo transitado também por países como Alemanha além da própria Grã-Bretanha e a Suíça sua natal.
A França contudo é seu lugar de atuação política, participando ativamente da segunda metade da Revolução Francesa (1815-1830) na Assembléia Nacional Francesa, orador e líder que foi da oposição conhecida como "Independentes" (de esquerda liberal). Uma de suas obras mais célebres é o ensaio "Sobre a liberdade dos Antigos comparada com a dos Modernos" (1819) e, é também muito conhecida a rica relação afetiva com Anne Louise Germaine de Stäel - a Madame de Stäel - numa das parcerias intelectuais mais conhecidas da e à época. Foi pela mesma que se impregnou do Romantismo alemão que também o influenciaria ainda mais, quando conheceu Schiller, Göethe e os irmãos Schlegel.
O apuro de seu pensamento e reflexão somada a sólida e vasta cultura deram-lhe conhecimento profundo e amplo sobre história, dotando-o de uma singular interpretação dos modelos políticos-governamentais dos quais analisou, muitas vezes comparativamente, atento as particuldades próprias de cada um em época e contexto, onde afirmativo em suas conclusões e críticas foi favorável a Monarquia Constitucional, embora fosse como Maquiavel (de quem era um ardoroso e fiel leitor) também de convicções republicanas ao mesmo tempo que, crítico a República, principalmente a decadente e vigente na França. Respeitado pelo próprio Napoleão a quem criticou por sua beligerância, teve seu modelo teórico político aplicado no Brasil (1824) e Portugal (1826) com o "poder moderador" dado ao Rei/Imperador, este, na condição do Poder Executivo.
Sua atenção também se voltou para a descentralização política na França de então, restituindo os poderes aos conselhos municipais eleitos, idéia lograda em 1831, tendo igualmente como objeto de suas reflexões a liberdade individual (do qual foi um grande defensor) e da religião muito influenciado por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804).
Sua influência no século XX se presentifica em pensadores como Isaiah Berlim (1909-1997) que, irá redefinir em seus próprios conceitos os de Constant como a "liberdade de" para a "liberdade negativa" e o "liberdade em" para "liberdade positiva" na sua obra "Dois conceitos de liberdade", ecoando o ensaio "Sobre a liberdade dos Antigos..." de Constant.
Pensador que por sua vida e obra perene, confirmam a importância de seu pensamento sempre presente e referência que, apesar de todas as mudanças, permanece atual e vivo na imprescindível política em todos os tempos e lugares.

domingo, 25 de abril de 2010

"Alice no país das maravilhas" de Lewis Carrol / Tim Burton

Em cartaz nos cinemas de todo o Brasil a estréia do mais novo filme de Tim Burton, um dos mais celebrados diretores do cinema: "Alice no país das maravilhas" (1865), baseado na obra de Lewis Carroll (1832-1898). O filme (Alice in Wonderland, 2010, EUA, 108 min, Cor, Fantasia) é também mais nova versão da clássica obra de Carroll com muitas diferenças em relação a história original, o que explicam diferenças como a idade de Alice.
Apesar do elenco de primeira, Burton manifestou certo descontentamento com o resultado final do filme, principalmente pelo excesso necessário da técnica usada nos efeitos especiais.
A obra de Carroll ganhou diversas versões e adaptações nos cinemas além de edições em livros, a história é rica em símbolos e enigmas, quase uma miríade contada de modo envolvente numa trama inspirada em fatos e lugares reais da vida do autor e, que fascina leitores há décadas neste mais de um século passado desde sua publicação, prova de sua grandeza e perenidade que agora, ganha mais uma versão nos cinemas e certamente trará a obra original no livro, de volta as listas dos mais vendidos.
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The Franz Kafka Society

"The Franz Kafky Society Established in 1990, the Franz Kafka Society is a non-governmental non-profit organization. Its main goal is to contribute to reviving the traditions that gave rise to the phenomenon called Prague German literature, while restoring general awareness of the great significance of cultural plurality in Central Europe, a region where the Czechs, Germans and the Jews have been living together for centuries. Promoting those traditions, epitomized by the name of Franz Kafka, the Society is devoting systematic attention to his works, seeking to make Kafka´s heritage a natural component of the Czech cultural context."
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sábado, 24 de abril de 2010

Monteiro Lobato (1882-1948) e o Dia Nacional do Livro Infantil

Talvez não seja exagero lembrar que o Dia Nacional do Livro (Infantil), comemorado no Brasil no último dia 18 de abril é comemorado nesta data devido ser este o dia em que nasceu José Bento Monteiro Lobato.

Há 118 anos atrás vinha ao mundo aquele que celebrizou-se por ter arquitetado uma das obras mais originais de que se tem notícia, sendo mesmo o fundador de toda uma tradição (a da literatura para crianças) no cenário da literatura brasileira. A "saga" das personagens do Sítio do Picapau Amarelo iniciou-se em 1921 com A menina do nariz arrebitado e, desde então, passou a fazer parte do imaginário coletivo das crianças brasileiras.

Bem, talvez isso não seja exatamente verdadeiro nos dias atuais, quando algumas das obras de Lobato (Emília no País da Gramática e Geografia de Dona Benta, por exemplo) se ressentem do avanço dos tempos e mostram-se desatualizadas, face aos novos conceitos que estão sendo ensinados nas escolas. Todavia, creio que outras obras do autor, menos vinculadas a uma intenção pedagógica, como as saborosíssimas Memórias da Emíla e A chave do tamanho ainda merecem ser lidas. Com a inocência e o encantamento de uma criança.

Para quem tiver interesse em conhecer mais de perto a vida e a obra do autor, indico os seguintes sites: lobato.globo.com/ (mantido pela Editora Globo, que atualmente detém os direitos de publicação da obra lobatiana) e www.vidaslusofonas.pt/monteiro_lobato.htm.

"O cinema e as palavras"

Ninguém é Humphrey Bogart, mas, por alguns segundos, podemos nos sentir como ele ao repetir frases como "sempre nos restará Paris.".

Quem não sonhou alguma vez com que lhe dissessem "Se precisar, é só assoviar?" E quem não tem um amigo que sabe de memória cenas como a do bombardeio no filme Apocalipse Now, quando Robert Duval vê os aviões e diz "Me encanta o cheiro do napalm pela manhã"?

Todos recordamos frases de filmes, as anotamos e costumamos recorrer a elas em numerosas ocasiões, consciente ou inconscientemente porque "Ninguém é perfeito"... e, aconteça o que acontecer, "Ponho Deus por testemunha que não voltarei a passar fome".

Frases como estas, que já fazem parte da cultura popular, são as que recopilou durante anos, o diretor de cinema José Luis Borau, que ocupa uma vaga na Real Academia Española, onde sucedeu a Fernando Fernan Gómez após a morte deste em 2008.

Borau as recopilou e agora vai publicá-las em um livro intitulado "Palabra de cine" (Palavra de cinema, sem previsão de lançamento no Brasil) que reflete a influência da sétima arte na linguagem.

Tradução livre de: "El cine y las palabras". Para ler, na íntegra, o original em castelhano, acesse: http://www.elcastellano.org/noticia.php?id=1316

Outro lançamento sobre... Clarice

Considerada, em vida, uma escritora difícil e hermética, Clarice Lispector tem conhecido nos últimos anos uma espantosa popularidade, que se verifica nos locais mais improváveis (uma comunidade com mais de 200 mil membros no orkut), passa pelos círculos acadêmicos e termina nos lançamentos do mercado editorial, zabumbados pela imprensa e, vez por outra, incluídos como merchandising nas novelas globais.

Dos lançamentos recentes, destaco: “Retratos em Clarice Lispector: literatura, pintura e fotografia” (Editora UFMG, 184 páginas, R$ 36), de Ricardo Iannace. Trata-se da tese de doutorado do autor, defendida na USP. Tese na qual, segundo reportagem do site Ig, é retratada a possível relação da produção pictórica com a produção textual da escritora.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Lewis Carroll - Uma Biografia" de Morton N. Cohen

Na esteira o lançamento de mais uma versão/adaptação da obra "Alice no país da maravilhas" dirigido por Tim Burton no seu "Alice in Wonderland" em cartaz nos cinemas, a obra "Lewis Carroll - Uma Biografia" de Morton N. Cohen (1998, Record, 666 págs., Trad. Raffaella de Filipps, Esgotado) é uma das poucas disponíveis sobre a vida do autor deste clássico célebre. Dedicada a decifrar a vida de Charles Lutwidge Dodgson (Lewis Carroll era seu pseudônimo) à qual se faz indissociável e imprescindível para entender sua própria criação literária, plena de inspirações em suas relações afetivas e correlações no cotidiano como professor de matemática ligado a Universidade Oxford.

"As aventuras do Barão de Munchausen" de Rudolph Erich Raspe / Terry Gilliam

Decerto um exemplar do gênero "Arte" que encanta e fascina pelas histórias que conta numa deliciosa narrativa: assim é o filme "As aventuras do Barão de Munchausen" ("The Adventures of Baron Munchausen", 1989, ING/ALE, 121 min, Cor, Arte) de Terry Gilliam. O Barão de nome Karl Friedrich Hieronymus von Münchhausen (1720-1797) foi militar e senhor rural alemão, os relatos de suas aventuras deram base a célebre série "As Aventuras do Barão de Münchhausen", compiladas por Rudolph Erich Raspe e, publicadas em Londres em 1785. São histórias fantásticas e exageradas, propagadas sobretudo no gênero de literatura infantil e, na adaptação cinematográfica de Gilliam, retratado com sensibilidade numa rara mistura fina de humor, reflexão, arte, história onde a realidade e ficção, verdade e mentira, tornam-se detalhes em meio a este belo filme de cenários, figurinos com encantadora (e quixotesca) narrativa.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Brasil, Portugal - Lá e Cá" com Carlos Fino e Paulo Markun

"Brasil, Portugal - Lá e Cá
Co-produção das televisões públicas TV Cultura do Brasil e RTP2 de Portugal, o programa Brasil, Portugal - Lá e Cá é uma série de treze episódios que mostra o Brasil para os portugueses e Portugal para os brasileiros.
Mistura de documentário com talk show, o programa Lá e Cá é apresentado por uma dupla de grande expressão: o jornalista brasileiro Paulo Markun e o convidado, o português Carlos Fino, que é Conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal em Brasília.
Em conversas informais, eles debatem as semelhanças e as diferenças entre os dois países, fornecem informações para o telespectador compreender melhor os processos de cada país e tratam da evolução das relações entre Brasil e Portugal.
A série aborda assuntos atuais e, quando necessário, resgata informações no passado, procurando sempre manter o olhar voltado para o futuro.
Brasil, Portugal – Lá e Cá.
Semelhanças e diferenças, curiosidades, sutilezas, resgate histórico e cultural entre dois países tão próximos e, ao mesmo tempo, tão distantes.

Exibições: na TV Cultura, aos Domingos, às 21h (horário de Brasília). Na RTP 2, aos Domingos, às 21h (horário de Portugal).

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"Prêmio Conexão Cultura"

"O Prêmio Conexão Cultura – A sua história em suas mãos é uma iniciativa da Fundação Padre Anchieta que reconhece ações de telecentros e lan houses que vão além das funções cotidianas. São iniciativas que facilitam o acesso dos seus frequentadores a benefícios culturais e sociais.
A edição 2010 foi realizada em 31 de março em uma cerimônia que reuniu personalidades envolvidas com a emancipação digital no Teatro Franco Zampari.
O Prêmio está relacionado a duas questões estratégicas para o país: a emancipação digital e a desigualdade social.
Quanto maior a distância entre a população e os serviços e benefícios das novas tecnologias da informação, mais precária será a situação educacional, financeira e de empregabilidade.
Assim, reconhecer e divulgar boas práticas de emancipação digital dos telecentros e lan-houses, um dos objetivo do Prêmio, é uma maneira de colaborar para a construção de um ciclo virtuoso, que leve a mais empregos, melhores condicões sociais e cidadania. Com esta iniciativa, procura-se mostrar que os Centros de Acesso à Internet são também locais de formação profissional e desenvolvimento cultural.
É um meio para estimular a autonomia e a capacidade do cidadão de usufruir dos serviços criados pela sociedade da informação."
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Académie Goncourt"

"Tout ce qui comptait dans les lettres pendant la deuxième moitié du XIXe siècle fréquenta Jules (1830-1870) et Edmond de Goncourt (1822-1896).
Certains écrivains subirent l'influence du style «artiste» prôné par les Goncourt.
En particulier Jean Lorrain dont on pourrait dire qu'il a été leur pasticheur et J.-K. Huysmans. Pierre Loti fut attaché à cette esthétique et c'est du Grenier que sera lancée sa candidature à l'Académie française comme une sorte de plaisanterie contre la littérature officielle.
Toujours est-il que rien ne flattait plus Edmond de Goncourt que de s'entendre dire qu'il avait usé sa vie d'artiste à tenter l'expression de l'inexprimable, à rendre ce qui ne saurait être rendu, et qu'il appelait dans son jargon: l'irrendable.
Dans leur affection mutuelle, étrange cas de «gémellité littéraire», les deux frères, d'une sensibilité presque maladive, avaient forgé un prénom collectif: Juledmond. Jules était le véritable écrivain, comme le souligne Edmond (Journal du 26 décembre 1895): «Le soin amoureux qu'il mettait à l'élaboration de la forme, à la ciselure des phrases, au choix des mots, reprenant des morceaux écrits en commun et qui nous avaient satisfaits tout d'abord, les retravaillant des heures....» Après la mort prématurée de Jules, leur Journal sera poursuivi par Edmond qui continuera d'associer la mémoire de son frère à toutes ses activités.
Surtout féru de peinture, il se révélera un exceptionnel collectionneur. C'était une passion qu'il tenait de son grand-père Huot de Goncourt qui siégea à l'Assemblée Nationale et de sa mère habituée à chiner le dimanche les antiquaires du Faubourg Saint-Antoine.
Il fut le découvreur de l'art japonais, et il réhabilita le XVIIIe dans le goût français."
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"Editais para a Cultura"

Foi noticiado o investimento de quase R$ 90 milhões na Cultura dispersos em 38 editais anunciados pela FUNARTE e Caixa Econômica Federal contemplando áreas como arte digital, circense, cultura popular e literatura.
Serão contempladas com prêmios e bolsas de até R$ 260 mil para projetos de produção, formação de público, pesquisa, residências artísticas, apoio a festivais e produção crítica sobre arte.
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"Il cavaliere inesistente"


Quais imprevistas idades de ouro prepara, você, malgovernado, você, precursor de tesouros que custam muito caro, você, meu reino a ser conquistado, futuro...

Com estas inquietantes palavras termina a obra eleita para o mês de Maio, um exemplar de literatura delicada e bem-humorada, capaz de nos fazer sair, prazerosamente, do mundo real rumo ao fantástico.

Com esta garantia, a obra "O cavaleiro inexistente"(1959), de Ítalo Calvino, inaugura nossa estada na literatura italiana.

Integrante da trilogia "Os nossos antepassados", com a qual sua produção ganhou fama internacional nos anos 50, a obra mergulha no passado, "onde ainda era confuso o estado das coisas no mundo" para contar a história de Agilulfo Emo Bertrandino dos Guildiverni e dos Altri de Corbentraz e Sura, um paladino da França sob o comando de Carlos Magno.

Nesse romance de cavalaria às avessas, Calvino narra as aventuras desse singular cavaleiro cuja existência se encerra numa impecável armadura branca. Desafiado a provar os méritos de sua condição, Agilulfo sai atrás de "uma virgindade perdida quinze anos atrás" e passa a viver inusitadas situações num mundo mágico, no qual sua presença nos incita a questionar as práticas e valores do mundo real.

É nesta mesma atmosfera que se situam as duas outras obras da trilogia, "O Visconde Partido ao Meio" (1952) e "O Barão nas Árvores"(1957). O primeiro conta a história de um homem que acaba dividindo-se em dois: um totalmente bom, outro totalmente mau. Já "O Barão nas Árvores" conta a história de Cosimo de Rondò que, depois de se revoltar com a obrigação de tomar uma sopa de escargots, passa a viver suspenso nos ramos das árvores, à meio do caminho entre a terra e o céu.

Reservando risadas certas, é em meio a esse universo fantástico que vai se tecendo a história de Agilulfo, Torrismundo, Rambaldo, da viúva Priscila e muitas outras personagens que, além da própria narrativa, questionam as reais certezas do leitor. Afinal, se em algum momento "Nem nós sabíamos que estávamos no mundo... Também a existir se aprende..."

"A invenção de Brasília" na TV Cultura

Na esteira das celebrações dos 50 anos de Brasília que se completam hoje, a TV Cultura exibe nesta quinta às 23hs, o especial "A invenção de Brasília".
"Este documentário consegue fazer o telespectador se sentir em uma aula audiovisual sobre história e geografia.Com narração da atriz Fernanda Montenegro, há imagens de época, passagens encenadas e inúmeros depoimentos – inclusive dos arquitetos criadores da cidade, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. O especial começa muito antes do dia 21 de abril de 1960, data de inauguração de Brasília. Suas primeiras cenas traçam um panorama do Planalto Central antes de abrigar a capital, quando tudo era apenas um cerrado deserto, habitado por tribos indígenas.O período recorde de três anos para erguer completamente a cidade que saiu do deserto para o concreto, os acidentes e incidentes durante as obras, o clima de esperança e utopia que pairou sobre todos os brasileiros durante a construção, e a deterioração da imagem da cidade completam o olhar abrangente do cineasta Renato Barbieri sobre a história de Brasília."

terça-feira, 20 de abril de 2010

"IV Encontro Nacional de Pesquisadores de Integralismo / III Simpósio do Laboratório de História Política e Social"

Acesse:

"D. Pedro I - Um herói sem nenhum caráter" de Isabel Lustosa

Ao iniciar a série "Perfis Brasileiros" da Cia das Letras, a historiadora e pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa, Isabel Lustosa, traça uma excelente biografia em "D. Pedro I - Um herói sem nenhum caráter" (2006, Cia das Letras, 340 páginas, R$ 44,00). Um de nossos personagens históricos mais controvertidos e que, apesar de muito comentado, é realmente pouco conhecido além de sua não menos importante e marcante contribuição à história nacional e período do Primeiro Império.

Sinopse:

"O ângulo escolhido por Isabel Lustosa para analisar D. Pedro I foi o do herói macunaímico - aquele sem nenhum caráter. De personalidade turbulenta e mal-educado, Pedro de Bragança e Bourbon tinha tudo para ser um péssimo governante. Em certo sentido o foi - dizendo-se liberal, exerceu o poder de maneira autocrática, dissolveu a Constituinte que ele mesmo convocou, humilhava os aliados e amigos, quando no Brasil se cercou de uma corja de dar medo, e admitia abertamente a corrupção. Tanto que, ao abandonar o Rio de Janeiro, já no navio que o levaria à Europa, retrucou as queixas do marquês de Paranaguá, seu ministro, de que não tinha como se sustentar, com o exemplo de outro ministro - 'Por que não roubou como Barbacena? Estaria bem agora'."

"A Letra Escarlate" de Nathaniel Hawthorne / Roland Joffé

Faz tempos que assisti ao filme que, à época, ignorava sabê-lo inspirado em obra homônima de Nathaniel Hawthorne (1804-1864) na sua "A Letra Escarlate" (The Scarlet Letter, 1850) este, autor norte-americano do qual nada sabia e, desde então, tornou-se significante. A obra foi adaptada duas vezes sendo a primeira em versão de 1926 num filme mudo, dirigido por Victor Sjötröm e, em 1995 na versão de Roland Joffé que, com o seu "A Letra Escarlate" (The Scarlet Letter, 1995, EUA, 135min, Cor, Drama) acabou por se firmar como a referência cinematográfica desta obra originalmente literária.
A trama é bem urdida no roteiro, interpretado sobretudo pelo excelente ator Gary Oldmam (Rev. Arthur Dimmesdale) no contexto puritano onde se desenrola a história, confrontando valores morais e dilemas éticos cujo a letra do título em questão, bordada na roupa da protagonista, vigora como um signo à serviço do estigma.
É mais um filme que vendo, dá vontade de ler.

"Prêmio José Reis" Divulgação Científica e Tecnológica"


"O Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica é destinado às iniciativas que contribuam significativamente para tornar a Ciência, a Tecnologia e a Inovação conhecidas do grande público."

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www.cnpq.br/premios/2010/pjr/index.htm

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"FUNARTE"

"A Fundação Nacional de Artes – Funarte é o órgão responsável, no âmbito do Governo Federal, pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo. Vinculada ao Ministério da Cultura, a Fundação tem como objetivos principais o incentivo à produção e à capacitação de artistas, o desenvolvimento da pesquisa e a formação de público para as artes no Brasil.
Para cumprir essa missão, a Funarte concede bolsas e prêmios, mantém programas de circulação de artistas e bens culturais, promove oficinas, publica livros, recupera e disponibiliza acervos, provê consultoria técnica e apóia eventos culturais em todos os estados brasileiros. Além de manter espaços culturais no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, a Funarte disponibiliza parte de seu acervo a todos os usuários da internet, no Portal das Artes."
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Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)

Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) foi historiador, além de crítico literário e jornalista, funções que ocupou e exerceu com brilhantismo e, por isso considerado um dos mais importantes intelectuais do Brasil.
De sua formação inicial em Direito em 1925 pela então Faculdade Nacional de Direito (UFRJ), tornou-se correspondente em Berlim pelo Diários Associados, ocasião em que academicamente acompanhou as conferências ministradas por Friederich Meinecke (1862-1954).
Ao regressar ao país continuo como jornalista até obter o cargo de professor assistente (1936) da Universidade do Distrito Federal (capital no então no Rio de Janeiro) que, extinta em 1939, o levaria a trabalhar como burocrata do governo federal quando em 1941, seguiria para os EUA como "visiting scholar".
Se em 1936 lançando "Raízes do Brasil", sua obra que se tornaria mais conhecida, nos anos seguintes daria continuidade a um produção historiográfica original e profunda acerca da história e formação do Brasil. Assim constata-se com "Cobra de Vidro" (1944), "Monções" (1945) e "Caminhos e fronteiras" (1957) dedicados a expansão oeste colonial portuguesa nos séculos XVII e XVIII, quando ao voltar a residir em São Paulo irá dirigir o Museu Paulista (até 1956), ingressando em 1948 na Escola de Sociologia e Política de São Paulo na cátedra de História Econômica do Brasil.
Viveu também na Itália entre 1953 e 1955 ocupando a cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma e, em 1958, assumiu a de História da Civilização Brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, fato que lhe motivou a composição da obra "Visão do Paraíso" (1959).
Em 1958 ingressou na Academia Paulista de Letras, sendo laureado com o Prêmio Edgar Cavalheiro do Instituto Nacional do Livro pela obra "Caminhos e Fronteiras". Em 1960 passou a coordenar o importante projeto "História Geral da Civilização Brasileira", contribuindo com uma série de artigos e, em 1962, assumi a presidência do recém fundado Instituto de Estudos Brasileiros. Entre 1963 e 1967 foi professor convidado em universidades do Chile e dos EUA, participando de missões culturais pela Unesco no Peru e Costa Rica, sendo que em 1969 em solidariedade a "aposentadoria compulsória" de seus colegas da USP pelo regime militar, encerra sua carreira como docente.
Contudo permaneceu ativo até o ano de sua morte em 1982, publicando e produzindo, participando ainda em 1980 da fundação do Partido dos Trabalhadores e recebendo neste mesmo ano, os prêmios Juca Pato da União Brasileira dos Escritores e, Jabuti, pela Câmara Brasileira do Livro.
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"As horas" de Stephen Daltry / Michael Cunningham

Ignoro se me dei conta como cinéfilo antes de sê-lo como leitor.
Mas não tenho dúvidas quanto ao impacto que "As horas" (The Hours, 2002, EUA, ING, 114, Cor, Drama) de Stephen Daltry baseado na obra de Michael Cunninghan causou a mim a àquela sala de exibição da qual me lembro bem, a todos imergiu num silêncio em meio a angústia.
E certamente não o foi pela magistral interpretação de Nicole Kidman como a escritora Virginia Woolf, a primeira das 3 personagens-histórias-mulheres retratadas na trama narrada paralela e alternadamente. Destas, a trama se desdobra em períodos temporais históricos e contextos distintos que, de algum modo, se conectam na intrincada história aqui roteirizada e filmada com maestria. E talvez por isso o silêncio daquelas duas horas de exibição as quais ao final, igual silêncio imperou calando nós espectadores, como os leitores à medida que visualizam as imagens implícitas e sugeridas nas palavras impressas no papel, nas tantas questões da vida que no filme foram bem harmonizadas, sobretudo pelas palavras de Woolf em carta ao marido lida "in off" ao final do filme e, por isso, muito familiarmente literário, embora o fundo de angústia num contraste de beleza em imagens e palavras.

sábado, 17 de abril de 2010

Fundacíon internacional Jorge Luis Borges

"Fundación internacional Jorge Luis Borges - Fundación dedicada a la divulgación de la vida y obra de Jorge Luis Borges, contribuyendo a su conocimiento y propiciando su correcta interpretación
La Fundación Internacional Jorge Luis Borges, creada por María Kodama el 24 de agosto de 1988, fue registrada el 11 de noviembre del mismo año en la Inspección General de Justicia obteniendo así la correspondiente personería jurídica que la habilita para el desarrollo de sus actividades.
La sede, situada en Anchorena 1660, linda con la casa en la cual vivió la familia Borges entre los años 1938 y 1943. Allí Borges escribió "Las ruinas circulares". Para conmemorar el sexagésimo aniversario de la publicación de este cuento, el Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires autorizó la colocación de una placa recordatoria en el frente de esta propiedad, sita en Anchorena 1672.
La Fundación alberga objetos que pertenecieron a Borges: su biblioteca, las primeras ediciones de sus libros y algunos manuscritos; su colección de bastones, cuadros, sus talismanes. Asimismo, los premios, condecoraciones y diplomas recibidos. En el primer piso se ha recreado su dormitorio de la casa de la calle Maipú 994.
La hemeroteca será inaugurada proximamente."
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"mundo livre" de Luiz Mendes

Luiz Mendes é um ex-presidiário que descobriu seu talento como escritor em meio a experiência prisional e, desde então premiado por suas produções e autor de diversos livros publicados, vive da escrita, sendo também autor do blog "Mundo Livre" da revista Trip.
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"O olhar dos viajantes"

Com mais uma publicação em dois volumes a Duetto História Viva traz: "O olhar dos viajantes", publicações com rico material iconográfico além de textos diversos de especialistas na área e período deste que foi um dos maiores e melhores momentos da redescoberta do Brasil. Uma oportunidade para acesso a conteúdos que em geral só se encontram em obras caras, raras e/ou esgotadas. Os volumes tem como consultor e organizador o Professor e Pesquisador * Jean Marcel de Carvalho França.
Volume 1: O Brasil ao natural - Estrangeiros veem o inferno e o paraíso na exuberância das paisagens tropicais. 84 págs, R$ 13,90.
Volume 2: O Brasil e sua gente - O papel das narrativas de viagem na construção da nossa imagem e identidade. 84 págs, R$ 13,90.

* Jean Marcel Carvalho França é professor do Departamento de História da Unesp e autor, entre outros livros, de Literatura e sociedade no Rio de Janeiro oitocentista (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999) e Outras visões do Rio de Janeiro colonial (José Olympio, 2000).

ABL: "Uma Literatura Polifônica"

"Ciclo de Conferências "Uma Literatura Polifônica" será aberto com palestra de José de Souza Martins
A Academia Brasileira de Letras convida para a abertura do Ciclo de Conferências: "Uma Literatura Polifônica", com a presença do sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) José de Souza Martins, que acontecerá nesta terça-feira, 20 de abril, às 17h30min. Inscrições abertas."
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"Coyote"

"O número 20 da boa revista literária "Coyote", que chega ao seu oitavo ano, traz poemas inéditos do dramaturgo Mário Bortolotto. À venda em livrarias e no site www.sebodobac.com/"

Fonte: O Globo - Prosa & Verso - No Prelo, pág. 5 em Sábado, 17 de abril de 2010.

UERJ: "O Valor da História Hoje"

"Estão abertas as inscrições (gratuitas) até o dia 29 de abril para o Seminário Nacional "O Valor da História Hoje", na UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Campus Maracanã -, que começará no dia 5 de maio, quarta-feira, e vai até sexta, dia 7."
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Liberty Fund"

"Liberty Fund, Inc. is a private, educational foundation established to encourage the study of the ideal of a society of free and responsible individuals. The Foundation develops, supervises, and finances its own educational activities to foster thought and encourage discourse on enduring issues pertaining to liberty."
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Revista de História da Biblioteca Nacional: "Napoleão - O conquistador do Brasil"

Está nas bancas a edição de n° 55 da Revista de História da Biblioteca Nacional com matéria de capa "Napoleão - O conquistar do Brasil" dedicando-lhe seu Dossiê desdobrando-o em "Mitos de além-túmulo" (pág. 18), "Tempo de dúvidas e de esperança" (pág. 23), "O imperador e o monstro" (pág. 26) e "Bonaparte na cabeça" (pág. 32) entre outras matérias.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

"O Leitor" de Bernhard Schlink / Stephen Daltry

A história é supreendente e com a narrativa sutil, "O leitor" (The reader, 2008, Alemanha, EUA, 124min,Cor, Drama), baseado na obra homônima de Bernhard Schlink (Der Vorleser, 1995) e dirigido por Stephen Daltry, por pouco não revela a trágica história que envolve seus protagonistas no contexto da Segunda Guerra Mundial em meio a uma Alemanha devastada, ainda imersa nas questões do pós-guerra como o julgamento dos chamados "crimes de guerra". Se o tema da guerra por um lado é conhecido e mesmo demasiadamente abordado pelo cinema e literatura, por outro, a delicadeza do romance iniciado entre um jovem e uma mulher madura cujo relação, permeada pelas palavras, literatura e livros, é no mínimo interessante.
O filme faz pensar nas sociabilidades que se podem estabelecer entre os leitores à parte e acima de todas as diferenças ideológicas, políticas, geracionais e existenciais que, apesar de seus desdobramentos e mudanças como o próprio meio onde se dão as palavras, persistem. Superando também as limitações como o próprio analfabetismo (aqui aliado) e as distâncias, mantendo as esperanças ao longo do tempo para uma vida através das palavras e, reencontro, na mesma literatura que um dia os aproximou e uniu.
O que é mostrado nesse belíssimo e delicado filme, realçado pelo trágico contexto dos acontecimentos, surpreendente ao revelar um dos muitos universos possíveis que todos o somos quanto leitores, caso deste "O leitor".

"BSP - Biblioteca de São Paulo"

"A Biblioteca de São Paulo – BSP é o mais novo equipamento da Secretaria de Estado da Cultura. Ela faz parte do conjunto de iniciativas que visam incentivar e promover o gosto pela leitura.
A concepção da BSP teve como fundamento a necessidade de se desenvolver bibliotecas de perfil proativo, que introduzam programas que apresentem a leitura como atividade prazerosa.
A BSP, diferentemente de suas congêneres, integra diversas mídias, aproxima as expressões artísticas e coloca a literatura ao lado de seus mais fortes concorrentes, como os jogos eletrônicos, a televisão e a internet, para citar apenas alguns exemplos. Sua estrutura foi planejada para oferecer conforto, autonomia e atenção ao usuário, este, o elemento central da biblioteca.
A área de 4.257 m2 está distribuída para dar atenção às crianças, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência. A biblioteca é fortemente apoiada na tecnologia, e oferece: seu catálogo na internet, microcomputadores, rede wireless e terminal de autoatendimento.
Inspirada na Biblioteca de Santiago, no Chile, e nas melhores práticas adotadas pelas bibliotecas públicas do país, a BSP está em sintonia com as ações do Programa Mais Cultura, que vem atuando nessa mesma perspectiva, em âmbito nacional.
A BSP oferece serviços de referência e informação, leitura de livros, revistas e jornais, empréstimo domiciliar e de materiais de outras bibliotecas, programas de leitura, acesso gratuito à internet e localização de informação especializada. Nela é possível escutar música, assistir a um filme, brincar com os jogos eletrônicos e relaxar nas suas várias áreas de convivência."
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"Bolsa FUNARTE de circulação literária"

"O processo seletivo está aberto a pessoas que desejem desenvolver atividades de fomento à área literária, como oficinas, cursos, palestras e programas de contação de histórias. As ações devem acontecer nos municípios atendidos pelo programa Territórios da Cidadania, do Governo Federal. Serão concedidas 50 bolsas, cada uma no valor de R$ 40 mil.
As inscrições estão abertas para proponentes de todas as regiões brasileiras."
De 12/04 a 27/05.
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"Casa das Rosas"

"A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura - é um local de celebração da poesia, da literatura e da arte em geral. Localizada no coração de São Paulo, a Casa serve de cenário para a efervescência da vida cultural, sendo um espaço onde a arte literalmente acontece."
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"MRE/FUNAG: Concurso"

"MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES / FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO - FUNAG
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS E FORMAÇÃO DE CADASTRO DE RESERVA EM CARGOS DE NÍVEL MÉDIO E DE NÍVEL SUPERIOREDITAL N.º 1/2010 – FUNAG, DE 13 DE ABRIL DE 2010
O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO - FUNAG, considerando a autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, nos termos da Portaria n.º 25, de 22 de janeiro de 2010, publicada no Diário Oficialda União de 25 de janeiro de 2010, torna pública a realização de concurso público para provimento de vagas e formação de cadastro de reserva em cargos de nível superior e de nível médio, mediante as condições estabelecidas neste edital."

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www.funag.gov.br

quarta-feira, 14 de abril de 2010

História Viva: "A grande manipulação"

Destacando as grandes manipulações da História a edição de n° 78 da revista História Viva traz também matérias sobre "Celtas" (pág. 46), "Medos na Idade Média" (pág. 52), "Ano Joaquim Nabuco" (pág. 56) e "Brasília, 50 anos" (pág. 62).
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