Se conceitualmente Filosofia & Literatura representam um desafio para serem delimitados com rigor e exatidão satisfatória a qualquer consenso além de seu autor ou corrente de pensamento próprio, talvez seja mais simples pensarmos a relação entre uma e outra em diversos contextos na história da cultura.
Neste sentido, é inegável que algumas tradições do pensamento sejam mais literárias filosoficamente enquanto outras, mais filosóficas literariamente e, isto bem entendido, muito além do mero trocadilho que faço aqui. E para citar exemplos em fatos concretos, retomo os franceses iluministas como Voltaire (1694-1778) que tão bem nos faz filosofar com suas obras literárias, assim como idealistas alemães, empiristas ingleses e realistas italianos em suas filosofias com evidente qualidade literária a serviço de perspectivas e reflexões filosóficas próprias. Talvez não por acaso a filosofia seja nestes países e culturas absolutamente mais popularizadas do que em outros, embora a explicação para isso seja tradicionalmente a maior ou menor censura imposta ao pensamento pelo controle da Religião.
Será?
Afinal sendo um bom leitor, quem resistirá a prosa e lírica de qualidade à serviço das idéias e do pensamento?
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