terça-feira, 28 de junho de 2011

Diário de um velho louco

 Jun'ichiro Tanizaki é um dos maiores expoentes da literatura japonesa do século XX. Expulso por inadimplência do departamento de literatura da Universidade Imperial, Tanizaki desde cedo participou da chamada "escola Tanbiha" que tinha como prioridade apenas a arte e beleza, em contraposição à escola naturalista da época. Em "Diário de um velho louco", o escritor nos apresenta a relação entre o ancião Utsugi e sua nora Satsuko, ex-dançarina de casas noturnas que usa de sua sedução para manipular seu sogro. Premido pela aproximação da morte, Utsugi, mesmo com seus 77 anos de idade, dá vazão à todos os seus instintos e entrega-se completamente aos prazeres do corpo. Como comenta Leiko Gotoda, "o universo de Tanizaki é intimista e centrado na sensualidade e no relacionamento físico entre as pessoas, e a infidelidade, fetichismo, tendências sádicas e voyeurismo não coíbem os personagens de realizar seus anseios, bem na tradição budista que desconhece a noção de pecado - ao contrário de outros escritores japoneses de sua geração, Tanizaki jamais viajou ao Ocidente e não era influenciado pelo cristianismo e suas normas morais". No Brasil, o livro foi publicado pela Editora "Estação Liberdade".

Gonçalo M. Tavares vence Prémio da Associação Portuguesa de Escritores


"Uma Viagem à Índia, editado pela Caminho, valeu a Gonçalo M. Tavares o grande prémio de romance e novela  atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) em conjunto com o Ministério da Cultura."1

1 Informação retirada da versão online do Jornal Público, publico.pt.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sobre "Livro e Liberdade": anotações de um encontro



No último encontro do grupo de leitura Palimpsestos, a obra de Luciano Canfora propiciou uma favorável ocasião para a discussão da relação livro-pessoa. Já em seu primeiro capítulo, Liber, pode-se observar o papel ativo e transformador do livro nesta relação. A exemplo de Dom Quixote, o livro pode compelir seu leitor a observar o real a partir de seu filtro e a arriscar-se em fazer o que foi lido. Outra relação totalizante com o livro pode ocorrer ao leitor de um livro só, quando este faz de sua leitura uma autoridade imperativa. Contudo, da leitura dedicada a um único livro, o leitor também pode decodificar e conquistar de forma mais profunda seu conteúdo, tornando-se, por conseguinte, um expert e um “adversário assustador”, conforme acredita Canfora, ao nos remeter às palavras de S. Tomás de Aquino: “o homem que só conhece um livro, mas que o possui bem, é um adversário assustador”.
Outras passagens dignas de nota são as referências às bibliotecas, descritas como “paraíso” em que o leitor perde-se em meio ao êxtase provocado pela visão dos livros, mas também como “campo de batalha” entre livros antigos e modernos. Além disso, podem-se observar duas concepções distintas de biblioteca: uma antiga, constituída por poucos livros e por livros estritamente necessários, os quais revelam o seu leitor; e uma moderna, em que vigora a posse de bibliotecas particulares unicamente como símbolo de prestígio social. Seus donos são referidos por Sêneca como bibliômanos no intuito de ressaltar a coleção ostentatória de alguém que não lê.
Por fim, no amor devotado ao livro, o autor não permite esquecer que devemos ser seletos e, citando D’Alembert, adverte sobre a necessidade de haver certa distância do que se lê para que se possa julgá-lo; e de apropriar-se pessoalmente da leitura, sem, contudo, esquecer-se de compartilhá-la.

Séries Históricas


War and Peace (Guerra e Paz)
Baseada na obra-prima de Leon Tolstói, a série, de 2007, conta a história das famílias da aristocracia russa durante a época napoleônica, mais precisamente durante a invasão da Rússia pelas tropas de Napoleão. Essa invasão selou o destino dos inúmeros personagens da trama criada por Tolstói, afetando profundamente a vida, os amores, os desejos, as vinganças e a busca da felicidade de cada membro das famílias Bezukhov, Bolkonski e Rostov. “Guerra e Paz” foi levado aos cinemas pela primeira vez em 1915 e, desde então, várias adaptações para teatro, ópera, cinema e rádio já foram produzidas. Esta nova versão, dirigida por Robert Dornhelm, teve o vultuoso orçamento de US$30 milhões e contou com a participação de 7 países (Rússia, Estados Unidos, Itália, Alemanha, França, Espanha e Polônia) em sua produção. Fazem parte do elenco atores e atrizes com grande experiência no cinema e em seriados, destacando-se os nomes de Malcolm McDowell (“Laranja Mecânica”), Clémence Poésy (“Harry Potter e o Cálice de Fogo”) e Alexander Beyer (“Adeus, Lênin!”).

http://www.youtube.com/watch?v=9Z6S2X1j8yw&feature=share


Helena of Troy (Helena de Tróia)

A minissérie de 4 episódios “Helena de Tróia”, baseada na obra de Homero, exibida em 2003, conta uma das mais conhecidas histórias da mitologia grega e da literatura mundial: a fuga de Helena, a mais bela mulher do mundo e esposa do rei espartano Menelaus, com Páris, o príncipe, para Tróia. A fuga da rainha espartana vai causar a famosa guerra de Tróia, em que batalhas grandiosas juntam-se à valentia dos heróis, romances proibidos e táticas inesperadas para criar um épico inesquecível. É nesta batalha que surge o famoso Cavalo de Tróia, uma artimanha muito bem planejada pelos gregos após 10 anos de guerra. Com o Cavalo, o exército do rei Menelaus e seu impiedoso irmão, Agamennon, consegue entrar na cidade fortificada, dando início à luta decisiva que selou o destino de dois impérios. “Helena de Tróia” foi indicada a vários prêmios, inclusive a um Emmy por “Melhor edição de áudio em programa de tevê”. A minissérie foi gravada em Malta e na Grécia e conta com um elenco internacional, além de efeitos especiais de última geração.

http://vimeo.com/6349149


The Tudors
The Tudors é uma série de drama, de 2007, sobre os primeiros e tumultuosos anos do reinado de Henrique VIII da Inglaterra. Paixão, ambição e traição se transformam no fio condutor da série, que mostra um Henrique VIII muito diferente do que aparece nos livros de história. Jovem, atraente e poderoso, mostra-se um rei capaz de grandes proezas atléticas. Sem dúvida alguma, um monarca que não colocava os assuntos de Estado entre suas prioridades e que sempre deixava os problemas oficiais nas mãos do Cardeal Tomas Wolsey. Para aqueles próximos de "Sua Majestade", satisfazer o rei era uma faca de dois gumes. Henrique VIII era até mesmo capaz de desafiar a instituição mais poderosa da Europa medieval: a Igreja Católica Romana. Também era conhecido por mandar executar seus súditos diante da mínima demonstração de insubordinação. Filmada na Irlanda, a trama desta produção se desenvolve na Inglaterra, nos dez primeiros anos do reinado de Henrique VIII. Um reinado que se iniciou em 1509, quando ele tinha apenas 19 anos de idade. Além de mostrar as alianças políticas mais significativas do monarca, a série gira em torno das companheiras femininas do rei: Catarina de Aragão e Ana Bolena. Também é dado destaque à particular relação que o rei mantinha com Charles Brondon, o Duque de Norflok, o Cardeal Wolsey (chefe da Igreja Católica, no período de separação de Roma) e o humanista Tomas More.

http://www.youtube.com/watch?v=WXNf9dxnQrM



Rome (Roma)

A série, de 2005, é baseada nos eventos históricos que culminaram no estabelecimento do império Romano, tem duas temporadas e começa contando a história da vitória de Julio César na batalha de Alesia e termina a primeira temporada com o assassinato dele. A segunda temporada inicia os eventos a partir do assassinato de Julio Cesar, levando a batalha interna entre Marco Antonio e Octavio Cesar, culminando no segundo triunvirato romano composto de Octavio [Max Pirkis], Marco Antonio [James Purefoy] e Lépido e mais tarde na ascensão de Octavio como primeiro imperador romano. A série expõe as principais qualidades dos protagonistas, Marco Antonio era excelente estrategista militar e tinha a lealdade das legiões por sempre estar ao lado de seus soldados nas batalhas. Octavio é colocado sempre como um grande estrategista político, um dos motivos de ter sido bem sucedido. A série também explora muito as guerras entre as famílias de julli e de junii. Além disso, é contada a história dos legionários Lucio Voreno [interpretado por Kevin Mackidd que atuou como Poseidon no Percy Jackson] e Tito Pulo [Ray Stevenson], citados no Bello Gallico, que relata as sete campanhas de Julio Cesar na Gália. A série é muito boa principalmente pelas suas referencias históricas e sua atenção à detalhes da cultura romana. Roma é uma co-produção da rede de televisão paga estadunidense HBO, da britânica BBC e da italiana RAI, rodada nas proximidades da atual cidade e nos antigos estúdios de Cinecittà, em uma superfície de mais de 20.000 metros quadrados, com a participação de 350 pessoas. Por isso é a série mais cara da história da televisão, com um gasto de cem milhões de dólares.

http://www.youtube.com/watch?v=3TzvNnk2p3Y

http://www.youtube.com/watch?v=aWzgX3NJkWQ

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O livro de Praga

Escrito durante a viagem proporcionada pelo projeto "Amores Expressos" - que concedeu a 16 escritores um mês de estadia em uma cidade estrangeira para que escrevessem um romance que fosse ambientado naquele cenário -, "O Livro de Praga" de Sérgio Sant'Anna, considerado como um dos maiores e mais inventivos escritores da literatura brasileira contemporânea, tem como cenário a cidade que dá nome à obra. Divido em sete episódios que se comunicam, o livro narra as peripécias e fantasias eróticas do escritor Antônio Fernandes durante suas caminhadas pelas ruas de Praga. Dentre os vários casos do protagonista, pode-se destacar a pianista Béatrice Kromnstadt, a estátua de Santa Francisca e a boneca de pano Gertrudes. O livro retoma e aprimora todas as temáticas trabalhadas por Sant'Anna, como, por exemplo, o erotismo sem pudor, as perversidades e patologias sexuais e a ironia sobre a própria noção de literatura.

terça-feira, 21 de junho de 2011

"Hemeroteca Digital"


A Hemeroteca Digital pretende a construção de uma biblioteca digital constituída, essencialmente, por jornais e revistas caídos em domínio publico. Assim, através da Hemeroteca pode ser consultada grande parte da imprensa periódica portuguesa. Destaca-se as colecções digitais de periódicos do fundo local e histórico, raridades bibliográficas relacionadas com a imprensa escrita e uma bibliografia de referência, para o estudo e consulta do acervo bibliográfico da HML.





Leonardo Padura no "Bairro Alto"


Hoje, no seu programa " Bairro Alto", José Fialho Gouveia entrevista o escritor cubano Leonardo Padura. Em destaque estará o seu último livro ("O Homem que Gostava de Cães") que conta a história do homicídio de Leon Trotsky, perpetrado no México pela mão e picareta do revolucionário e comunista espanhol  Ramon Mercader que actou a mando de Estaline. 

A emissão pode ser seguida online no seguinte endereço: http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=27198&e_id=22&c_id=8&dif=tv

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Premio Iberoamericano de Cuento Julio Cortázar



O Premio Iberoamericano de Cuento Julio Cortázar, promovido pelo Instituto Cubano do Livro, a Casa de las Américas e a Fundación ALIA, está com inscrições abertas para sua décima edição e receberá contos inéditos  em língua espanhola até o dia 15 de julho de 2011. O ganhador do prêmio será conhecido no dia 26 de agosto, data em que o escritor Julio Cortázar (foto), que dá nome ao concurso, faria aniversário. Para mais informações, acesse o link ou entre em contato com os organizadores através do e-mail: letradelescriba@loynaz.cult.cu

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bloomsday

A Biblioteca Pública Estadual e o Grupo Tarahumaras, Vitória-ES, convidam para a comemoração do Bloomsday, em homenagem ao livro Ulisses, de James Joyce. O Bloomsday é um feriado comemorado todos os anos no dia 16 de junho na Irlanda e em vários países. Em comum entre os muitos entusiastas e simpatizantes envolvidos nas comemorações há o esforço para relembrar os acontecimentos vividos pelo personagem Leopold Bloom, durante 16 horas, do dia 16 de junho de 1904, por dezenove ruas da cidade de Dublin.

Data do evento: 16 de junho de 2011
Local: Biblioteca Pública Estadual - Avenida João Batista Parra, 165, Praia do Suá, Vitória-ES


18:30 h: Apresentação de Wilson Coelho

19:00 h: Palestra de Gilbert Chaudanne

Participação na leitura de textos: Berenice Pahins e Marcos de Castro


Entrada franca

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ler e escrever em tempos de internet: questões de autoria

Antes que me tampem pedras dizendo que estou contra as novas tecnologias, devo salientar que esta postagem é apenas um comentário sobre a questão da autoria de textos que circulam na rede e que o escrevo por causa da recorrência de alguns equívocos, os quais são sempre indesejados. 

Na "terra de ninguém" em que se converteu a internet, os chamados grandes escritores assinam textos que suas penas provavelmente nunca escreveriam e, descuidados, muitos leitores continuam fazendo a divulgação dos referidos textos sem tentar descobrir a quem, de fato, deve ser creditada a autoria. Talvez para darem-se ares de conhecedores de Literatura, condição que certamente ajuda a montar um distinguido perfil virtual... Talvez por pressa ou, ainda, pela impossibilidade de conferir a autoria, de tão emaranhada que esta se encontra na rede.

Por conta disso, autores como Gabriel García Márquez, Luis Fernando Veríssimo e Clarice Lispector, entre outros, têm seus nomes frequentemente relacionados com textos que não escreveram e, o que é pior, textos que não guardam nenhuma relação com seu "estilo". O autor de Cien años de soledad, por exemplo, teria escrito um texto chamado La marioneta de trapo, que circula na internet desde 1999 e supostamente seria uma despedida preparada por ele pouco antes de morrer (sic). De acordo com o site quatrocantos.com, o verdadeiro autor seria um ventríloquo chamado Johnny Welch.


O brasileiro Luis Fernando Veríssimo, por sua vez, é dado como autor de uma infinidade de textos. Um deles, intitulado A vergonha, chegou a ser reproduzido em jornais por seu conteúdo: uma crítica ao Big Brother Brasil - o programa que todos criticam e, no entanto, se perpetua na televisão brasileira. Amparada, porém, na "assinatura" de Veríssimo a crítica ganharia mais peso. O escritor já desmentiu a autoria do texto em crônica enviada a Ricardo Noblat e que pode ser lida no blog deste último. Segundo o site e-farsas, o verdadeiro autor do libelo seria Marcelo Guido.

Também Clarice Lispector é indicada como autora de prosas e poemas que jamais escreveu. No caso dos poemas, a coisa fica ainda mais incongruente, pois a escritora não publicou nenhum e a única referência conhecida do fato de que tenha escrito poemas algum dia é uma carta que Manuel Bandeira enviou a ela pedindo desculpas por ter criticado alguns versos que Clarice lhe havia mostrado.

Quanto aos textos em prosa atribuídos à autora de A hora da estrela, o caso mais emblemático é o de Mude. O autor verdadeiro, Édson Marques, está movendo um processo na justiça contra o filho da escritora que, acreditando na autoria apontada pelos internautas, autorizou o uso do texto em um comercial da Fiat. Os desdobramentos do caso podem ser lidos em:  http://desafiat.blogspot.com/.

Apesar disso (e até de uma nota na revista Veja em 2003), o texto continua sendo creditado a Clarice Lispector, inclusive em contextos formais, onde, supõe-se, essa verificação de fontes deveria ser mais rigorosa. Por isso, causou-me um certo espanto a indicação de Clarice Lispector como autora do texto em questão na abertura do V Encontro Regional de Bibliotecas, realizado no mês passado em Juiz de Fora e já comentado aqui no blog.

Outro problema relacionado ao uso da internet é a questão do plágio - inclusive de e em textos acadêmicos -, mas como já me alonguei tratando das falsas autorias, deixo a indicação de um link com orientações da Capes sobre o tema:
http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/destaques/4445-orientacoes-capes-combate-ao-plagio

domingo, 12 de junho de 2011

IV Jornada Guimarães Rosa

Organizada pela sucursal mineira da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, a IV Jornada Guimarães Rosa ocorrerá nos dias 19 e 20 de agosto deste ano como parte das comemorações pelo centenário da Faculdade de Medicina da UFMG. O evento, que contará com debates, apresentações e exposições relacionadas à vida e à obra do autor de Grande Sertão: Veredas, receberá inscrições gratuitas até o próximo dia 30 de junho.

"greciantiga.org"


Página com conteúdo sobre a Grécia Antiga, que inclui monografias, artigos, recursos auxiliares, ilustrações e informações sobre a história, mitologia, literatura e arte gregas.

Acesse:
http://greciantiga.org/

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Inculta e bela"

Hoje, dia 10 de Junho, comemora-se o Dia da Língua Portuguesa. Num momento turbulento, em que tanto se discute o papel da norma culta face aos usos da língua, vale a pena rever a poesia de Olavo Bilac (1865-1918), para quem a última flor do Lácio, com toda sua rudeza, despertava encanto.
(Ganha um prêmio quem souber os significados das palavras grifadas sem consultar o Google ou o dicionário!)

"Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!"

--
Os versos foram extraídos do livro "Poesias", de Olavo Bilac. Editora Livraria Francisco Alves. Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.

Lançamento na livraria da EdUFF

Encarregado de relatar os acontecimentos ligados à Casa de Aviz, Fernão Lopes, então primeiro cronista-mor de Portugal, criou sua obra-prima, Crônica delRei dom João I da boa memória, cujo prólogo afirma que o leitor ou ouvinte encontraria, ali, a “clara” e “nua” “çertidon da verdade”. Em Fernão Lopes e a retórica medieval (Editora da UFF, 256 p.), livro que será lançado no dia 14 de junho, às 18h, na Livraria Icaraí da Editora da UFF (Rua Miguel de Frias 9, em Icaraí, Niterói), a pesquisadora Maria do Amparo Tavares Maleval desmente tal isenção. Para a especialista em Estudos Medievais, Lopes constrói uma bem urdida peça de retórica persuasiva, que serve de argumento para justificar a ascensão da Dinastia de Avis, contra todas as expectativas políticas da época, ajudando, assim, o rei D. João I a manter a coroa.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carlos de Oliveira

No próximo dia 30 de junho, das 10 às 18:30 h, acontecerá a JORNADA CARLOS DE OLIVEIRA, um dos grandes nomes da literatura portuguesa do século XX, poeta e romancista, que, em 2011, faria 90 anos. Entre suas obras, estão: Uma abelha na chuva, Casa na Duna, Finisterra paisagem e povoamento, Micropaisagem, Pastoral, O aprendiz de Feiticeiro, e outros títulos fundamentais para se pensar o neo-realismo português e suas transformações estéticas. O evento será no auditório Ismael Coutinho, sala 218 - bloco C do Instituto de Letras - UFF, Gragoatá, Niterói - RJ.

Inscrições abertas no balcão da Pós-Gradução em Letras - sala 518 C.

A poética plural de Ricardo Aleixo

Natural de Belo Horizonte, o poeta, performer e músico Ricardo Aleixo vem desenvolvendo ao longo dos anos, desde o lançamento de seu primeiro livro "Festim" (1992), uma poética atravessada de influências não só literárias, mas também cinematográficas, musicais e das artes plásticas. Marcado pelo concretismo dos irmãos Campos, o poeta Aleixo realiza suas experimentações poéticas com maestria, desenvolvendo poemas tridimensionais e efeitos tipográficos inusitados e originais. Em 2001, lançou seu livro "Trívio" (título que já aponta para a pluralidade de caminhos tomados pelo seu trabalho poético) e depois "Máquina Zero" (2004), coletânea de poemas de tom satírico com influência de Gregório de Matos. Mais recentemente, Aleixo lançou seu "Modelos vivos", o qual infelizmente ainda não consegui adquirir. 
A respeito de sua construção poética, o próprio Aleixo afirma: 

"A poesia nasceu plural. Todas as linguagens coexistiam no mesmo espaço. Falar em multimídia e intermídia, no meu caso, é apontar não para o futuro – um futuro cada vez mais incerto –, mas para o nosso passado mais remoto em termos de criação. Livros, para mim, por mais belos que sejam, serão sempre zonas de passagem para explorações acústicas por meio dos diferentes tipos de vocalização com que é possível abordar todo e qualquer texto".

Abaixo, seu poema "O anjo", retirado do livro "Trívio" e o link para o blog do poeta:

Vi, enfim,
o anjo, cara a

cara, meu igual
(no seu

começo, seu fim),
meu outro,

o de asas lim-
pas, o que quanto

mais roto
mais in-

teiro dentro
de mim.



Blog de Ricardo Aleixo

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Programa Agentes de Leitura

Já em funcionamento em cidades como Ribeirão Preto e Salvador, o programa Agentes de Leitura é uma iniciativa do Ministério da Cultura que tem como objetivo a democratização do acesso ao livro. O programa prevê o repasse de recursos federais para as prefeituras, visando a contratação de jovens, entre 18 e 29 anos, para atuarem em projetos de leitura na periferia, por meio de  visitas domiciliares, empréstimos de livros, rodas de leitura, contação de histórias, criação de clubes de leitura e saraus literários abertos para as comunidades. O programa pretende oferecer cursos permanentes de formação para os jovens selecionados atuarem, preferencialmente, em suas próprias comunidades. As localidades onde os agentes atuarão são aquelas identificadas segundo critérios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), definido pela Unesco/ONU, e de baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), definido pelo Ministério da Educação. Cada agente de leitura receberá um kit contendo 100 livros, uma mochila, uniforme, uma bicicleta e uma bolsa complementação de renda no valor mensal de R$ 350,00 durante o período de um ano, além da capacitação de 196 horas/aulas. Com dedicação de 25 horas semanais para atender a 25 famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, os jovens deverão desenvolver atividades de mediadores literários e estarão integrados às bibliotecas públicas municipais, escolares, bem como aos Pontos de Leitura e Pontos de Cultura. Em todo o Brasil, o programa investirá, neste ano, R$ 20,9 milhões, que custearão 4.574 bolsas em 400 cidades em todas as regiões do Brasil, em parceria com os governos municipais.
Apesar daquela saudável cautela que deve-se aplicar a toda propaganda, governamental ou não, gostaria muito de ver algo assim dando certo!

Lançamento: Circuito Nacional de Feiras de Livro

segunda-feira, 6 de junho de 2011

VI Sexto Congresso Internacional da Cátedra Unesco para a Leitura e a Escritura

Entre os próximos dias 14 e 17 de junho ocorrerá na Universidad del Norte, cidade de Barranquilla(Colômbia), o VI Sexto Congresso Internacional da Cátedra Unesco para a Leitura e a Escritura. O evento, que contará com as presenças de Daniel Cassany e Giovanni Parodi - dois estudiosos do campo da análise do discurso e da linguística textual, com obras amplamente aceitas nos países de fala espanhola -; tem entre seus objetivos socializar os avanços na investigação e nas experiências didáticas da lectura e da escrita na América Latina e refletir sobre o ensino da leitura e da escrita em  diferentes níveis educacionais.  Certamente é um evento que valeria a pena conferir. Pena a Colômbia não estar muito perto daqui.

domingo, 5 de junho de 2011

Prêmios Santander Universidades

Os estudantes, docentes e pesquisadores doutores de todo o Brasil já podem se inscrever nos Prêmios Santander Universidades – Edição 2011. Os prêmios estimulam o empreendedorismo, a pesquisa científica, a extensão universitária e a busca pela excelência das universidades, sempre com foco no desenvolvimento sustentável. As inscrições devem ser feitas até 13 de setembro e os interessados devem acessar o site: www.santanderuniversidades.com.br/premios

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Seminário: "On Pythagoreanism"

Acontecerá na Universidade de Brasília (UnB) de 22 a 26 de agosto o Seminário On Pytagoreanism - VIII International Archai Seminar / IV Escola de Altos Estudos Archai/CAPES acerca das ascolações exotéricas e esotéricas da escola do Pitagorismo.
Acesse:

quinta-feira, 2 de junho de 2011

"I Congresso Internacional e XII Seminário de Estudos Literários da Unesp"

Entre os dias 25 e 27 de outubro de 2011, acontecerá o I CONGRESSO INTERNACIONAL DO PPGLETRAS e o XII SEMINÁRIO DE ESTUDOS LITERÁRIOS – RISCOS DAS FRONTEIRAS. O evento será realizado no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de São José do Rio Preto (SP), e reunirá especialistas de diferentes universidades nacionais e estrangeiras (Portugal, Itália, Colômbia, Paraguai e Estados Unidos), que discutirão o tema das fronteiras nos estudos literários, em suas variadas perspectivas e riscos: escrituras, molduras, diálogos, diferenças. Além disso, estão programadas conferências, mesas-redondas e sessões de comunicações.
Maiores informações no site: www.ibilce.unesp.br

Luciano Cânfora (1942-)

Luciano Canfora nasceu em Bari (Itália) em 1942. Após ser laureado em História Romana em 1964 com sucessivas especializações em Filologia Clássica pela Scuola Normale Superiori de Pisa, onde iniciou-se na vida acadêmica como assistente de História Antiga e posteriormente, Literatura Grega, tornando-se professor de filologia clássica da Universidade de Bari, onde compõe o Departamento de Ciências da Antigüidade.
Suas pesquisas e publicações versam principalmente sobre Demóstenes e Tucídides, e renovaram aspectos fundamentais das letras gregas. Publicou numerosas obras cujo parte considerável pode ser encontrada no país, constando entre outras Togliatti e i dilemmi della politica (1989), A biblioteca desaparecida: histórias da biblioteca de Alexandria (Cia. das Letras, 1989), Tucidide e l’Impero (1991), Le vie del classicismo 1 (1991), Vita di Lucrezio (1993), Storia della letteratura greca (1994), Il destino dei testi (1995), Ellenismo (1995), Teorie e tecnica della storiografia classica (1996), Le vie del classicismo 2. Classicismo e libertà (1997), Il mistero Tucidide (1999).
Atualmente é Professor de Literatura Grega e Latina na Universidade de Bari, além de coordenador científico da Scuola Superiori di Studi Storici di San Marino, além de membro de diversos institutos (como o Gramsci) comitês e publicações de vulto e reconhecimento na área e resenhista colaborador dos jornais La Stampa e Corriere della Sera.
Dirige a revista Quaderni di Storia (http://www.edizionidedalo.it/site/riviste-attive.php?categories_id=30&attive=1
) e dentre suas obras mais recentes publicadas no Brasil e em língua portuguesa, estão Crítica da retórica democrática (2007, Estação Liberdade) e A democracia - História de uma ideologia (2007, Edições 70).

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga"


"Já estão abertas as inscrições para o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga que, em 2011, chega à sua 22ª edição. O evento acontece entre os dias 17 e 30 de julho. No total, serão oferecidos 48 cursos de instrumentos antigos e modernos, materclass internacional de música antiga e palestras, ministrados por professores de várias partes do país e do exterior. Na programação cultural, estão mais de 30 concertos e apresentações de formações orquestrais, grupos e músicos brasileiros e estrangeiros, todos com entrada franca, em teatros e espaços públicos."

Mais informações:
http://www.promusica.org.br/

Poetas recitando poesia



Está disponível no site da Companhia das Letras este vídeo que é uma delícia de ouvir. São poetas que compõem o catálogo de poesia contemporânea da Editora e que recitam poemas que os inspiram. Uma idéia simples e muito agradável.
Aí estão Zulmira Ribeiro Tavares e o poema "Liquidação", de Augusto Massi; José Almino recitando "Irmão, irmãos", de Carlos Drummond de Andrade; Fernando Moreira Salles e "A noite", de Paulo Leminski; Fabrício Corsaletti recitando Rimbaud, com "Castelos, Estações"; Antonio Fernando de Franceschi e o poema "Os limões", de Eugenio Montale e Ferreira Gullar e seu poema "Visita", recitado por Alberto Martins. Além da qualidade da coletânea recitada, as imagens, a edição e a trilha sonora completam a boa idéia.

"Livro e Liberdade" de Luciano Cânfora

Em Livro e Liberdade (2003, Casa da Palavra - Coleção Bibliomania, 112 págs, R$ 21,00) o filólogo italiano Luciano Cânfora (1942) elabora breve (mas substanciosa) digressão sobre a história das bibliotecas que do mundo antigo ao moderno, se constituíram em meio as tensas relações dos homens em suas variadas sociedades através dos tempos. Estas, tumultuadas pelos interesses, ideologias e propósitos que fizeram do livro, elemento que nenhuma obra ou síntese literária foi ainda capaz de satisfatoriamente traduzir. Se é que cabe alguma explicação além do impoderável e imprevisível que surge a partir deles sob a égide das bibliotecas e dos usos (e abusos) de seus usuários leitores, através das leituras, que nem sempre fizeram do livro, instrumento para liberdade (não a plena integralmente embora possível se apenas subjetiva e hermeneuticamente), embora no prólogo o autor afirme o contrário.
Sinopse:
"Antiga e múltipla é a ligação entre livro e liberdade - da biblioteca que enlouqueceu Dom Quixote aos bibliômanos de carne e osso; da destruição da Biblioteca de Alexandria às fogueiras de livros nazistas; da perseguição a autores pela Inquisição à formação das modernas bibliotecas. Na História e na literatura, exemplos do permanente poder do livro."