sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Leitura sobre Fernando Pessoa

O Polo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras (PPRLB) prossegue nas comemorações de seu 10º aniversário convidando a todos para uma detida releitura da obra de Fernando Pessoa, guiada pela voz crítica de mestres conceituados e apaixonados, que evidenciarão a importância, atualidade e projeção internacional do poeta português. Os encontros acontecerão no Gabinete Real Português, no período de 03/10/2011 a 31/10/2011 (16 aulas / 8 encontros, às 2as. e 4as. Feiras, no horário: 14:00 às 17:45 h.
Inscrições para certificado, na Secretaria do Deptº de Letras da UFF. Estudantes: R$ 20,00 /// Demais: R$ 30,00
Rua Luís de Camões, 30, Centro – CEP 20051-020 – Rio de Janeiro – RJ
Contatos: www.uff.br/letras e gabinete@realgabinete.com.br


Lista de links para bibliotecas


Prezados leitores,

em função de mudanças nas estrutura do grupo (saída de participantes) e as consequentes implicações disso para a política editorial do blog, que passou a contar com menos postagens por mês e está mudando para un design mais "clean", as bibliotecas que ficavam indicadas na lateral direita passarão a ficar listadas em uma única postagem. Para facilitar a navegação, a barra lateral indicará apenas a postagem em questão. Abaixo a lista de links.

Biblioteca Alexandrina (Egito)
http://www.bibalex.org/

Biblioteca Nacional de Chile
http://www.dibam.cl/biblioteca_nacional/

Biblioteca Nacional de España (ver foto que ilustra a postagem)
http://www.bne.es/es/Inicio/index.html

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma
http://www.bncrm.librari.beniculturali.it/

Biblioteca Virtual de Literatura
http://www.biblio.com.br/

Bibliotecas da cidade de São Paulo
http://www.bibliotecas.sp.gov.br/  


Cambridge University Library
http://www.lib.cam.ac.uk/

Deutsche National Bibliothek
http://www.d-nb.de/

Europeana
http://europeana.eu/

Harvard Libraries
http://lib.harvard.edu/

Library of Congress (EUA) (ver foto que ilustra o post)
http://www.loc.gov/index.html

Nationale bibliotheek van Nederland

Oxford Digital Library

domingo, 25 de setembro de 2011

René Char (1907-1988)


René Char nasceu em L'Isle-sur-Sorgue, no ano de 1907 e faleceu em 1988, em Paris. Inicialmente filiou-se ao grupo surrealista, época na qual manteve ligações com André Breton e Paul Éluad. Entretanto, a poesia de Char tomou o seu próprio rumo, mas sempre mantendo alguns aspectos do surrealismo. Publica, em 1934, Le marteau sans maître, sua primeira obra individual. Mas alguns apontam como suas obras-primas os livros Fureur et mystère (1948), Le Nu perdu (1971) e La Parole en archipel (1962). Para o famoso crítico francês Maurice Blanchot, os escritos  de Char são uma espécie de "revelação poética". Os versos de Char, muitas vezes em forma de prosa, expõe o mundo da terra, dos rios e dos animais. Entretanto, sua poética não é de fácil leitura. Por causa de suas metáforas enigmáticas, alguns críticos o acusavam de abusar do hermetismo para seduzir leitores universitários ciosos de vanguardismos e mistérios. Char também foi amigo próximo de Albert Camus, Georges Bataille, Pablo Picasso e Joan Miró e - fato interessante - chegou a receber a Medalha da Resistência e a Cruz de Guerra devido à sua ativa participação na Resistência antinazista. No Brasil, há uma edição bilíngue, traduzida por Augusto Contador Borges e publicada pela Iluminuras. Abaixo o poema "Antecessor" retirado da citada edição da Iluminuras:

         
         Reconheci numa rocha a morte fugada e mensurável, o leito aberto de seus pequenos comparsas sob o retiro de uma figueira. Nenhum sinal de podador: cada manhã da terra abria suas asas sob as escadas da noite. 
               Sem redito, alijado do medo dos homens, cavo no ar meu túmulo e meu retorno.

Minicurso: Poesia e Canção

Lembrando que a poesia, a música e a dança já estavam intimamente correlacionados desde a Antiguidade e aproveitando a oportunidade da última leitura sobre a poesia de Tagore, fica o convite ao Minicurso "Poesia e Canção", a ser ministrado pelo professor Ivã Carlos Lopes, que será realizado nos dias: 19, 20 e 21 de outubro de 2011, das 14 às 18 horas, na sala: 501 – bloco C da UFF.


Maiores informações: www.uff.br/pgletras

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"Viver sem tempos mortos"

Amanhã (17/09) às 18h e às 21h e domingo (18/09) ao meio dia será exibido, no Teatro Solar, o monólogo "Viver sem tempos mortos", com Fernanda Montenegro (foto). Baseada na troca de correspondências entre Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre, a peça parece ser a melhor alternativa cultural para este fim de semana em Juiz de Fora. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro, com preços altamente convidativos: R$ 20 e R$ 10.

sábado, 3 de setembro de 2011

Rabindranath Tagore (1861-1941)


Rabindranath Tagore (em bengali: রবীন্দ্রনাথ ঠাকুর), autor da obra do mês, nasceu em Calcutá em 07 de maio de 1861. Membro de uma família de reformadores religiosos e sociais cujo prestígio decorreu, em grande parte, do sucesso de suas atividades bancárias e comerciais junto à “British East India Company”, o autor viveu desde cedo em uma ambiência artístico-cultural vinculada ao movimento que ficou conhecido como Renascença Bengali.  Esse movimento questionou ortodoxias existentes na sociedade bengalesa da época, como por exemplo, o casamento, os dotes e o sistema de castas, bem como a resistência aos elementos estrangeiros no contexto de dominação imperialista [1]. Para o autor, um nacionalismo exacerbado e estreito era tão prejudicial quanto a dominação de um país pelo outro, sendo ambas as situações geradoras de conflitos.

Conhecido no ocidente pelos poemas reunidos em Gitanjali, que por sinal é a obra do mês, e pelo prêmio Nobel com que foi agraciado em 1913, Tagore dedicou-se também a outros gêneros textuais, escrevendo tratados históricos e filosóficos, peças de teatro e romances. Além disso, atuou como pintor (tendo exibido seus trabalhos em Moscou, Berlim, Paris, Birmingham e Nova York), compositor (de mais de 2.000 canções) e educador. De seu vínculo com a educação destaca-se a fundação da universidade Visva Bharati [2], que se encontra em funcionamento até hoje e responde à intenção, por parte do autor, de conectar a Índia aos demais países, ou seja, seu compromisso com um ensino universalista. 

Tendo estudado Direito na Inglaterra, Tagore foi laureado com o título de Sir pela Coroa Britânica em 1915 e neste mesmo ano travou contato pela primeira vez com Mohondas Gandhi, outra figura hindu que se destacou no século XX. Tagore teria sido o primeiro a chamar Gandhi de Mahatma (Grande Alma), tendo recebido deste os tratamentos "Grande Mestre" e "Sol da Índia", este último amplamente divulgado entre os indianos. Em 1919 renuncia ao título de Sir como forma de protesto pelo massacre de Jalianwallah Bagh.

Após receber o prêmio Nobel o autor viajou pelo mundo dando palestras e cursos, falando sobre suas obras e, principalmente, sobre suas teorias a respeito da educação. Travou contato com figuras de vulto da época. Além do já citado Gandhi, é possível elencar ainda os nomes de Victoria Ocampo, W.B. Yeats e Albert Einstein.

Tagore faleceu em 07 de agosto de 1941

[1] Para mais informações sobre a Renascença Bengali, acesse: http://en.wikipedia.org/wiki/Bengal_Renaissance (em inglês)

[2] Para mais informações, acesse o site da instituição: http://www.visva-bharati.ac.in/ (em inglês)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uma leitura sobre Gil Vicente

Diante do desafio de despertar o interesse dos alunos pela leitura e pela cultura, como se pode ler em uma das últimas postagens, fica a sugestão de um ótimo encontro com a profª Olinda Kleiman, da Université de Lille 3 - França, que fará uma palestra sobre:

“A presença francesa no teatro vicentino: um caso de reprise


O encontro vai acontecer no dia 15 de setembro, às 10 horas, na sala 207 do bloco C, do Instituto de Letras/UFF.

Conferência de abertura do V seminário

O passado no presente: releituras da modernidade

- uma pareceria entre a pós-graduação em Estudos de Literatura e a Mediateca da Maison de France.




Gitanjali - Oferenda Lírica

A obra escolhida para leitura neste mês de setembro foi "Gitanjali" (pronuncia-se guitânjali), do indiano Rabindranath Tagore. Trata-se de uma coleção de 103 poemas que o próprio autor traduziu do bengali - idioma no qual foram inicialmente concebidos - para o inglês, publicada em 1912, com prefácio elogioso de W. B. Yeats. Na época, a recepção do opúsculo foi tão positiva que rendeu o Nobel de Literatura a Tagore em 1913, mesmo ano em que saía a tradução alemã da obra. A seguir foi vertida para o sueco, o francês (em tradução de André Gide), o espanhol e o turco.

No Brasil, destaca-se a tradução feita pelo poeta Guilherme de Almeida para a coleção Rubáiyát, da Livraria José Olympio (foto ao lado), hoje fora de mercado e disponível somente em sebos. Também existem traduções publicadas pelas editoras Coordenada de Brasília, Martin Claret e Paulus, esta última feita por Ivo Storniolo.

Até onde pude verificar [1], os poemas reunidos para a versão inglesa de Gitanjali não mantém correspondência com a obra homônima, escrita em bengali e que foi publicada em 1910. Na verdade, apenas 53 poemas foram retirados dessa versão original. Os demais foram selecionados de outras obras do autor, a saber:  Gitamalaya (16 poemas), Naivedaya (16 poemas), Kheya (11 poemas), Shishu (3 poemas), Chaitali (1 poema), Kalpana (1 poema), Achalayalan (1 poema) e, por fim, Utsarga (também 1 poema).

Os poemas de "Gitanjali" abordam a relação com o divino, sendo enquadrados pela crítica como poesia de cunho místico ou espiritual. Durante a leitura da obra, percebemos que a visão da divindade defendida pelo autor é distinta daquela que nos chega através do senso comum. Tagore propõe que cada ser humano busque encontrar-se com Deus de forma íntima e pessoal, em todos os espaços e momentos. Em muitos poemas essa busca é comparada ao cortejo do amante e a imagem do discurso amoroso é uma metáfora realmente válida, pois fala de uma busca que nem sempre se concretiza, mas que tem seu sentido e objetivo em si mesma.

[1] http://www.hcicolombo.org/pdf/Tagore.pdf#page=123 (em inglês)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011