Natural de Belo Horizonte, o poeta, performer e músico Ricardo Aleixo vem desenvolvendo ao longo dos anos, desde o lançamento de seu primeiro livro "Festim" (1992), uma poética atravessada de influências não só literárias, mas também cinematográficas, musicais e das artes plásticas. Marcado pelo concretismo dos irmãos Campos, o poeta Aleixo realiza suas experimentações poéticas com maestria, desenvolvendo poemas tridimensionais e efeitos tipográficos inusitados e originais. Em 2001, lançou seu livro "Trívio" (título que já aponta para a pluralidade de caminhos tomados pelo seu trabalho poético) e depois "Máquina Zero" (2004), coletânea de poemas de tom satírico com influência de Gregório de Matos. Mais recentemente, Aleixo lançou seu "Modelos vivos", o qual infelizmente ainda não consegui adquirir.
A respeito de sua construção poética, o próprio Aleixo afirma:
"A poesia nasceu plural. Todas as linguagens coexistiam no mesmo espaço. Falar em multimídia e intermídia, no meu caso, é apontar não para o futuro – um futuro cada vez mais incerto –, mas para o nosso passado mais remoto em termos de criação. Livros, para mim, por mais belos que sejam, serão sempre zonas de passagem para explorações acústicas por meio dos diferentes tipos de vocalização com que é possível abordar todo e qualquer texto".
Abaixo, seu poema "O anjo", retirado do livro "Trívio" e o link para o blog do poeta:
Vi, enfim,
o anjo, cara a
o anjo, cara a
cara, meu igual
(no seu
(no seu
começo, seu fim),
meu outro,
meu outro,
o de asas lim-
pas, o que quanto
pas, o que quanto
mais roto
mais in-
mais in-
teiro dentro
de mim.
de mim.
Blog de Ricardo Aleixo
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