segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Tão longe, Tão Perto"

Mostra contando a história das telecomunicações nos últimos 150 anos através de imagens e aparelhos

"Nossas sociedades são fruto da capacidade humana de emitir sons e criar linguagens. As formas de comunicação verbal distinguiram e ajudaram a organizar os diferentes grupos sociais. Logo, só a voz, como emitida e ouvida na fala, não era mais suficiente – seu registro era efêmero e o alcance muito restrito. Com o passar do tempo, foram criadas novas formas para se registrar e transmitir a voz. Informação e comunicação a grandes distâncias passaram a ser guias culturais na nossa aventura civilizatória. Entre as diversas formas de se registrar e transmitir sinais visuais e sonoros está a telecomunicação.
O início de tudo foi o telégrafo, cuja versão elétrica apareceu no século 19, trazendo uma reviravolta: o mundo pôde sincronizar-se e o planeta todo se conectou em rede pela primeira vez.
Mas, mesmo com o telégrafo, a voz ainda não podia ser transmitida. Com a invenção do telefone, tudo se modificou novamente e de maneira mais profunda: construiu-se o início de uma rede global de comunicação, pouco a pouco acessível a todos, com a proximidade e a intimidade das nossas vozes.
O telefone fomentou, em parte, o rádio e a televisão. Novos usos informais para a telecomunicação, mediada pela tecnologia, transformaram o cenário social e o aspecto das cidades. A comunicação simultânea a longas distâncias foi conquistada com o uso disseminado do telefone.
Faltava a convergência de múltiplos registros.

Por que ouvir somente a voz de uma pessoa distante? Por que não receber e enviar imagens, movimentos ou textos? Por que não intervir no que se recebe e no que se envia? Por que não poder se comunicar a partir de qualquer lugar?
A interatividade e a mobilidade, internet e telefonia celular, responderam não só a anseios, mas remodelaram sentimentos, tecendo novas redes de conectividades. Hoje superamos os impedimentos das torres de Babel. O ancestral sonho grego da comunicação através de grandes distâncias, sem intermediários, gerou um imenso jardim de caminhos que continuam a se bifurcar seguidamente.
“Tão longe” e “tão perto” não são oposições apenas a distâncias, mas também ao tempo.
A partir do telégrafo, pouco mais de um século se passou: aprendemos que o que hoje parece tão perto, logo estará longe e, aquilo que mal imaginamos, pode não estar tão distante assim".
Peter Schulz
Curador
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