A obra reflete o brilhantismo de seu autor Edward Said (1935-2003), intelectual palestino que, radicado nos Estados Unidos, elaborou um dos estudos mais fundamentais acerca da cosmovisão que se fez e se tem do Oriente. A mesma que geralmente quando não refletida criticamente, reforça por isso estigmas e lugares-comuns, condenando-o as superficiais aparências recorrentes quando dele se trata. O mesmo Oriente que atualmente fervilha na potencial "Revolução", cujo contexto cultural onde valores e idéias como ciência, democracia, liberdade entre outros, parecem monopólio, quando não criações exclusivas do Ocidente, o que nem sempre se comprova ao conhecermos as raízes da civilização e cultura do Ocidente.
Aliás vale refletir criticamente sobre esta própria geo-bipolaridade do mundo sistematizada enquanto tal, do mesmo modo que como outras sistematizações, que deverão dar lugar a modelos mais próximos da realidade da vida porque justos e autênticos conforme às naturezas, e não as enquadradas nas tipologias entre os estigmas e imposições motivados não raro por interesses de variados tipos como revela o autor em sua primorosa análise.
A obra "Orientalismo" (2007, Cia de Letras, 528 págs, R$ 30,50) recém reenditada pela Cia das Letras na coleção Cia do Bolso, foi publicada em 1978 e se firmou como um dos texto basilares dos chamados "estudos pós-coloniais". Seu percurso abarca história, literatura, ciências políticas e sociais, as relações internacionais entre outras, e o tornou um dos clássicos indispensáveis para se entender o mundo moderno. Em particular os aspectos cruciais como a visão do outro quanto civilização e cultura, estes, cambiantes conforme as interpretações que deveriam se dar pelo que ainda carecemos: o honesto interesse em conhecer, acompanhado da corajosa abertura e disposição em diluir preconceitos ou supostas "verdades" constituídas por históricas distorções.
A obra "Orientalismo" (2007, Cia de Letras, 528 págs, R$ 30,50) recém reenditada pela Cia das Letras na coleção Cia do Bolso, foi publicada em 1978 e se firmou como um dos texto basilares dos chamados "estudos pós-coloniais". Seu percurso abarca história, literatura, ciências políticas e sociais, as relações internacionais entre outras, e o tornou um dos clássicos indispensáveis para se entender o mundo moderno. Em particular os aspectos cruciais como a visão do outro quanto civilização e cultura, estes, cambiantes conforme as interpretações que deveriam se dar pelo que ainda carecemos: o honesto interesse em conhecer, acompanhado da corajosa abertura e disposição em diluir preconceitos ou supostas "verdades" constituídas por históricas distorções.
Sinopse:
"Neste livro de 1978, Edward W. Said mostra que o 'Oriente' não é um nome geográfico entre outros, mas uma invenção cultural e política do 'Ocidente' que reúne as várias civilizações a leste da Europa sob o mesmo signo do exotismo e da inferioridade. Recorrendo a fontes e textos diversos - descrições de viagens, tratados filológicos, poemas e peças, teses e gramáticas -, Said mostra os vínculos estreitos que uniram a construção dos impérios e a acumulação de um fantástico e problemático acervo de saberes e certezas européias. A investigação da origem e dos caminhos do Orientalismo como disciplina acadêmica, gosto literário e mentalidade dominadora, vai e volta do século XVIII aos dias de hoje, das traduções das 'Mil e uma noites' à construção do canal de Suez, das viagens de Flaubert e 'Lawrence da Arábia' às aventuras guerreiras de Napoleão no Egito ou dos Estados Unidos no golfo Pérsico."
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