Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) natural da região de Périgord, França. Nascido numa família tradicional cujo ascensão social se deu em parte pela espada (cavalaria), em parte pela toga (judiciário). De seu pai teve singular educação, a começar pela "língua materna" o latim, o que tornava proibido se lhe dirigir em qualquer outra até que o dominasse com o fito de ler os clássicos antigos, valor em voga no período auge do Renascimento europeu e nele, a educação humanista que teve por excelência. Tal particularidade marcaria sua vida e determinaria seu pensamento como arguto observador e intérprete da alma humana, da subjetividade e do indivíduo, então desconhecidos como tal, nisto, sempre recorrendo aos clássicos antigos, e ao mesmo tempo, aos acontecimentos de sua época.
Na célebre obra "Os Ensaios" examina com riqueza inigualável detalhes e aspectos das biografias de grandes homens, fatos históricos, da política, das instituições e costumes, filosofias e opiniões, religiões e sociedades, fazendo desta obra uma síntese única sobre o humano, e marco inaugural do gênero literário - ensaios. O mesmo que da filosofia à história, perpassa uma série de outras áreas (estas contemporâneas) e que em todas contribui positivamente, como no ensaio "Dos canibais" (Livro I, Cap. 31), considerado um dos textos fundadores da Antropologia. Como profundo conhecedor da Filosofia e de sua tradição, é marcado pelo pensamento de Pirro de Élis (360 a. C. - 270 a. C.), dai um ceticismo que lúcido e crítico, consciente e atento de raro equilíbrio com sua profunda cultura e erudição, se põe a analisar e refletir sobre a vida. Por influência do pai enveredou no direito exercendo a magistratura em Périgoux, depois Bordéus, quando constitui amizade com Étienne de la Boétie (1530-1563), tendo ainda participado da vida na corte quando em Paris, num período turbulento da história da França, quando se encontrava envolta nas chamadas "guerras de religião", disputada e dividida entre católicos e "huguenotes" protestantes da crescente Reforma que se expandia pela Europa.
Na célebre obra "Os Ensaios" examina com riqueza inigualável detalhes e aspectos das biografias de grandes homens, fatos históricos, da política, das instituições e costumes, filosofias e opiniões, religiões e sociedades, fazendo desta obra uma síntese única sobre o humano, e marco inaugural do gênero literário - ensaios. O mesmo que da filosofia à história, perpassa uma série de outras áreas (estas contemporâneas) e que em todas contribui positivamente, como no ensaio "Dos canibais" (Livro I, Cap. 31), considerado um dos textos fundadores da Antropologia. Como profundo conhecedor da Filosofia e de sua tradição, é marcado pelo pensamento de Pirro de Élis (360 a. C. - 270 a. C.), dai um ceticismo que lúcido e crítico, consciente e atento de raro equilíbrio com sua profunda cultura e erudição, se põe a analisar e refletir sobre a vida. Por influência do pai enveredou no direito exercendo a magistratura em Périgoux, depois Bordéus, quando constitui amizade com Étienne de la Boétie (1530-1563), tendo ainda participado da vida na corte quando em Paris, num período turbulento da história da França, quando se encontrava envolta nas chamadas "guerras de religião", disputada e dividida entre católicos e "huguenotes" protestantes da crescente Reforma que se expandia pela Europa.
Por volta dos 34 anos, retira-se da vida pública para dedicar-se exclusivamente à reflexão e redigir sua obra, os primeiros dois tomos que o tornariam célebre, pouco depois viaja pela Europa e na Itália faz a parte do trajeto que muito o marca e tomaria como uma "viagem filosófica", assim como anos depois fariam outros como Göethe, no qual ao retornar, descreve na obra "Journal de Voyage" publicada somente em 1774.
A obra "Os Ensaios" ganharia três versões: 1580 (com dois volumes) e 1588 quando aparece o terceiro volume, contudo, somente em 1595 aparece a edição póstuma, com acréscimos e correções feitas por Montaigne, considerada desde então a edição definitiva.
Se estes Ensaios tratam do auto-retrato de seu autor, como afirma o próprio, nos impressiona como em sua reflexão, instrospecção para registrar a si mesmo no que possui de mais singular, Montaigne acabe por retratar o homem em sua complexidade e natureza mais universal.
Uma obra e pensador imprescindíveis como o próprio e imperioso esforço de auto-conhecimento que cabe a todos, leitores ou não dos Ensaios, mas autores dos próprios na vida que nem sempre providos deste exercício, que tão bem realizado Michel de Montaigne de si mesmo, é por isso também de todos nós.
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