sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Meditações do Quixote" de José Ortega y Gasset

"Dado um fato - um homem, um livro, um quadro, uma paisagem, um erro, uma dor - , levá-lo, pelo caminho mais curto, à plenitude do seu significado. Colocar os materiais de toda ordem, que a vida, em sua perene ressaca, arroja a nossos pés como restos inúteis de um naufrágio, em tal disposição que neles dê o Sol inumeráveis reverberações. Há dentro de toda coisa a indicação de uma possível plenitude. A alma nobre e aberta sentirá a ambição de aperfeiçoá-la, de auxiliá-la, para que alcance essa plenitude. Isso é o amor - o amor à perfeição do amado."
José Ortega y Gasset
in "Meditações do Quixote"

Às vésperas de dois encontros dedicados a obra "D0n Quixote de La Mancha" de Miguel de Cervantes, vale considerar a reflexão filosófica do espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955) no seu "Meditações do Quixote" (1914), ao afirmar que "eu sou eu e as minhas circusntâncias e se não salvo a ela não salvo também a mim". Isto é; que a minha vida se estrutura na relação com o que constitui o entorno do eu, no eu com as coisas, no eu transformando as coisas, pois viver e fazer algo, exercer e praticar escolhas nas inúmeras possibilidades que se apresentam nas circunstâncias. O que se pensado no contexto do Quixote de Cervantes, faz se não todo, faz muito sentido. Estas são parte das "meditações do Quixote" das quais em breve, iremos juntar as nossas y otras más.

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