Uma das melhores biografias sobre Erasmo de Rotterdã (1466-1536) é a do insígne historiador holandês Johan Huizinga (1872-1945) no seu "Erasmo" (Portugália Editora de Lisboa, 1970) .
Sinopse:
"Diz Lucien Febvre que "a originalidade , o valor, o mérito do Erasmo de Huizinga é ser, querer ser um Erasmo total. Um verdadeiro retrato de pé e de frente, em tamanho natural que tudo pretende pôr em evidência: o entusiasta de S. Paulo, o amigo de Horácio; o cristão do Enchiridion, o pagão dos Adágios e o sábio dos Colóquios - mas não um sem o outro". E esclarece: "A Antiguidade, o Cristo: um conflito, um combate? Que idéia"!... A Antiguidade primeiro, para modelar a estátua do homem jovem, da mulher jovem, levados pelos recursos do homem, ao ponto da perfeição natural. O Cristo seguidamente, para animar a estátua de um sopro divino (...) Erasmo é isso." Erasmo de Roterdão "foi a expressão mais alta da sageza humanista, caracterizada pelo ideal universalista, pelo racionalismo crítico, e pela tolerância religiosa", desempenhando um papel de excepcional relevo na cultura de seu tempo. Através dos contatos pessoais, da cátedra da Basileia, da obra impressa e da correspondência epistolar, comparável esta pela vastidão e pelo interesse à de Voltaire, - em toda a Europa fez sentir a avassaladora influência da sua mensagem." (Fritz Martini)
Em relação às questões religiosas que então ardentemente se debatiam, preconizava a correção dos abusos da Igreja e o regresso desta à pureza primitiva. A sua posição moderada, entre católicos e protestantes, chegou a ser encarada como um compromisso possível. Por isso, Erasmo, o seu saber, o seu prestígio, foi disputado por uns e outros. Mas não cedeu."
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