Serei sempre da rua dos Douradores, como a humanidade inteira.
Bernardo Soares
Lisboa hoje. Um quarto de uma casa na rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se fisíca, palpável, visível. O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. E , diante dos nossos olhos, essa música sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do Eu, sideral e sem remédio. Deus sou eu!, também escreveu Bernardo Soares. [1]
Trata-se da sinopse do Filme do Desassossego de João Botelho, que após ter estreado em Portugal, chega à cidade de São Paulo. A 34º Mostra de Cinema Internacional de de São Paulo ( para o qual o filme de Botelho foi seleccionado )começa a 22 de Outubro.
[1] Este excerto encontra-se disponível no site oficial do filme.
2 comentários:
Como Fernando Pessoa é, na minha leitura, um dos poetas que mais me falam ao coração, adorei saber da trajetória de "seu desassossego" no cinema. Sendo exibido aqui, certamente, irei conferir.
Paulo Tostes
Parece-me ser uma boa leitura do Livro do Desassossego. Valerá a pena conferir... também o farei por cá.
Abraço,
Guadalupe Vieira.
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