No mês da "quixotada", achei conveniente postar sobre um personagem imortalizado como "sonhador" nos anais da Literatura Brasileira: Policarpo Quaresma. Protagonista de um romance de Lima Barreto (1881-1922), o major traça uma trajetória bastante quixotesca, se assim se pode dizer, em defesa da nação brasileira.
O filme em questão (Policarpo Quaresma, herói do Brasil, 1998, dirigido por Paulo Thiago), consegue mostrar ao expectador, sem grandes distorções, o enredo da obra, enfocando as três fases da jornada do personagem em sua luta pela construção do "Brasil grande". A primeira, quando ele tenta convencer às autoridades que o tupi-guarani devia ser a língua oficial do Brasil. A segunda, quando ele se dedica à agricultura e, por fim, a terceira, quando de seu engajamento no Exército florianista para repressão aos revoltosos que queriam depor o presidente do poder.
Todavia, cessa aí a semelhança com a obra escrita. Tentando utilizar a sátira de Lima Barreto para promover uma "reflexão" sobre a loucura, o filme exagera na análise da "doença" do personagem principal, colocando ênfase excessiva em um diálogo entre Policarpo Quaresma e o médico do Hospício em que está internado. Também me pareceu um pouco forçada a inclusão do feminismo na obra, assunto que se sustenta na luta de uma única personagem (Olga, a afilhada de Policarpo - interpretada por Giulia Gam) e luta infrutífera, que sequer chega a ter resultados exibidos na tela.
Paulo José convence no papel do Major Quaresma e sua atuação me parece melhor que a de Macunaíma, filme no qual ele sucede a Grande Otelo no papel do herói, com sensível queda na comicidade da obra. A propósito, uma das falhas que eu aponto nesta adaptação é o fato de se propor a ser comédia. Pelo menos eu não consegui encontrar muitos motivos para gargalhadas com as imagens que se alternam (para não dizer que se arrastam) em quase duas horas de filme, que, parece, acaba sendo mais lírico do que cômico ou mesmo mais épico. De qualquer maneira, vale a pena assistir.
O filme em questão (Policarpo Quaresma, herói do Brasil, 1998, dirigido por Paulo Thiago), consegue mostrar ao expectador, sem grandes distorções, o enredo da obra, enfocando as três fases da jornada do personagem em sua luta pela construção do "Brasil grande". A primeira, quando ele tenta convencer às autoridades que o tupi-guarani devia ser a língua oficial do Brasil. A segunda, quando ele se dedica à agricultura e, por fim, a terceira, quando de seu engajamento no Exército florianista para repressão aos revoltosos que queriam depor o presidente do poder.
Todavia, cessa aí a semelhança com a obra escrita. Tentando utilizar a sátira de Lima Barreto para promover uma "reflexão" sobre a loucura, o filme exagera na análise da "doença" do personagem principal, colocando ênfase excessiva em um diálogo entre Policarpo Quaresma e o médico do Hospício em que está internado. Também me pareceu um pouco forçada a inclusão do feminismo na obra, assunto que se sustenta na luta de uma única personagem (Olga, a afilhada de Policarpo - interpretada por Giulia Gam) e luta infrutífera, que sequer chega a ter resultados exibidos na tela.
Paulo José convence no papel do Major Quaresma e sua atuação me parece melhor que a de Macunaíma, filme no qual ele sucede a Grande Otelo no papel do herói, com sensível queda na comicidade da obra. A propósito, uma das falhas que eu aponto nesta adaptação é o fato de se propor a ser comédia. Pelo menos eu não consegui encontrar muitos motivos para gargalhadas com as imagens que se alternam (para não dizer que se arrastam) em quase duas horas de filme, que, parece, acaba sendo mais lírico do que cômico ou mesmo mais épico. De qualquer maneira, vale a pena assistir.
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