sábado, 13 de março de 2010

Uma Morte Anunciada - Grupo LeYa


" Abater livros é inevitável"(1), afirmava hoje António Guerreiro, ao assinar o artigo " Ordem para Abater" do suplemento " actual "do jornal Expresso. Verdade seja dita, todos conhecemos a máquina voraz e impiedosa que pode ser o mercado , naquilo que respeito diz, ás coisas do mundo editorial ( e restantes áreas) ignorando , muitas e repetidas vezes , tudo aquilo que possa ir para além das questões logísticas. Contudo, não posso ( aqui) deixar de lamentar a quantidade de obras que são abatidas, tendo a reciclagem , a quem se junta alguma burocracia , como fim.
Neste cenário, em que muitos livros já não são considerados viáveis, surge um pequeno escândalo associado ao Grupo Editorial LeYa. Obras de Eugénio de Andrade , António Ramos Horta, Goethe ou Jorge de Sena,( entre muitos outros) que se encontravam em estado de armazenamento receberam ordem de extinção, com a devida justificação dos seus directores, de que o espaço ocupado para o efeito era pouco. Muitos são os motivos para o fazer e muitas são as editoras que o fazem mas espero que dificilmente, fazê-lo possa ser legitimo pelo bem do nosso coração feito de papel timbrado.

(1) Cito António Guerreiro : " Abater livros é inevitável, mas no mercado editorial portugûes essa prática liga-se a uma doença profunda que maltrata o património literário. "
Fonte: Jornal Expresso, Edição de 13 de Março de 2010.

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