Estimado Palimpsestos,
pelo sincero esforço dos senhores em colocardes-vos a serviço de vossos próprios pensamentos, tomo a liberdade de encaminhar-vos minhas saudações e algumas recomendações.
Agrada-me saber que meus escritos tenham sido dignos da atenção de vossas senhorias e causado grande impacto em vossos espíritos a ponto de cogitardes a possibilidade de serdes proclamados amigos do Schop. A favorável impressão que expressais acerca da temática de meu pequeno livro é uma prova de que formardes uma boa opinião da sinceridade de meu caráter e da relevância do que me aflige. Essa harmonia de pensamentos, contudo, leva-me a concluir que entre vós também se observa uma literatura decadente, essencialmente orientada para o consumo apressado e sumario de novidades e impulsionada pela busca de beneficio próprio, reconhecimento social e necessidades financeira.
Por acreditar que o estilo ambíguo, prolixo, desleal também se tornou predominante em vossa terra, e no intuito de alertar-vos quanto às armadilhas desse estilo, gostaria de deixar aqui alguns conselhos. Sejais, antes de tudo, intolerantes às obras ruins. Desmerecer o que é ruim é uma obrigação, pois não podemos destinar nosso escasso tempo de leitura a obras que definham o espírito humano. O tempo de leitura é curto e precioso, portanto, deve ser cuidadosamente reservado para o que é bom. É justamente isto que quero dizer em Sobre a leitura e os livros, quando afirmo que para ler o que é bom uma condição é não ler o que é ruim. Mas não os esqueçais de que um livro é apenas a impressão do pensamento de um autor. A leitura sempre impõe ao espírito pensamentos que lhe são alheios, por isso não subordinais vossos próprios pensamentos à leitura. Estou longe de querer dizer com isto que não se deve ler, mas sim que não se deve simplesmente ler. É preciso conquistar e incorporar ao espírito o que é lido, fazendo a leitura um encontro harmonioso das ocasiões externas e internas. Não esqueçais, portanto, de dedicar um tempo ao cultivo de seus próprios caminhos e à vivência da leitura a partir dos seus próprios olhos.
Com estes conselhos em mente, finalmente não temais a vossa ingenuidade em assuntos, pois ela reflete vossa autenticidade, espontaneidade e vosso esforço em pensar de forma clara e concisa.
de vosso Schopenhauer.
pelo sincero esforço dos senhores em colocardes-vos a serviço de vossos próprios pensamentos, tomo a liberdade de encaminhar-vos minhas saudações e algumas recomendações.
Agrada-me saber que meus escritos tenham sido dignos da atenção de vossas senhorias e causado grande impacto em vossos espíritos a ponto de cogitardes a possibilidade de serdes proclamados amigos do Schop. A favorável impressão que expressais acerca da temática de meu pequeno livro é uma prova de que formardes uma boa opinião da sinceridade de meu caráter e da relevância do que me aflige. Essa harmonia de pensamentos, contudo, leva-me a concluir que entre vós também se observa uma literatura decadente, essencialmente orientada para o consumo apressado e sumario de novidades e impulsionada pela busca de beneficio próprio, reconhecimento social e necessidades financeira.
Por acreditar que o estilo ambíguo, prolixo, desleal também se tornou predominante em vossa terra, e no intuito de alertar-vos quanto às armadilhas desse estilo, gostaria de deixar aqui alguns conselhos. Sejais, antes de tudo, intolerantes às obras ruins. Desmerecer o que é ruim é uma obrigação, pois não podemos destinar nosso escasso tempo de leitura a obras que definham o espírito humano. O tempo de leitura é curto e precioso, portanto, deve ser cuidadosamente reservado para o que é bom. É justamente isto que quero dizer em Sobre a leitura e os livros, quando afirmo que para ler o que é bom uma condição é não ler o que é ruim. Mas não os esqueçais de que um livro é apenas a impressão do pensamento de um autor. A leitura sempre impõe ao espírito pensamentos que lhe são alheios, por isso não subordinais vossos próprios pensamentos à leitura. Estou longe de querer dizer com isto que não se deve ler, mas sim que não se deve simplesmente ler. É preciso conquistar e incorporar ao espírito o que é lido, fazendo a leitura um encontro harmonioso das ocasiões externas e internas. Não esqueçais, portanto, de dedicar um tempo ao cultivo de seus próprios caminhos e à vivência da leitura a partir dos seus próprios olhos.
Com estes conselhos em mente, finalmente não temais a vossa ingenuidade em assuntos, pois ela reflete vossa autenticidade, espontaneidade e vosso esforço em pensar de forma clara e concisa.
de vosso Schopenhauer.
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