A obra deste mês, "Frankenstein" (1818) de Mary Shelley, inaugurou no século XIX uma das primeiras aparições da temática do terror na literatura, esta, ainda que não pioneira se considerarmos alguns aspectos, pois "não há nada de novo sob o sol". Um outro romance do gênero que ganhou notoriedade foi "Drácula" do irlandês Bram Stoker (1897), tanto nas páginas dos livros como nas posteriores e numerosas adaptações para a sétima arte.
Obras cujo tramas expressam o contexto de um época em que, o desenvolvimento científico, não dissipando os mistérios ou elucidando as ancestrais questões do homem embora litigando contra a religião, acabaram por gerar outras novas, com outros novos fantasmas, mitos e crenças. As mesmas que se somaram as ancestrais e, parte das quais são brilhantemente abordadas pelo historiador francês Jean Delumeau em "História do medo no Ocidente 1300-1800" (1989, Cia das Letras, Trad. Maria Lúcia Machado/Heloísa Jahn, 472 págs, recentemente reeditado em versão de bolso).
Para uma imersão no que estas e principalmente, o gênero de terror evoca ou inspira, isto é, o medo, certamente uma boa sugestão, ainda que o medo, naturalmente, seja mais antigo que a própria História e idéia de Ocidente.
Delumeau organizou-a em duas partes, a primeira "Os medos da maioria", a segunda, "A cultura dirigente e o medo", refletindo entre outras questões: o sentimento de insegurança, o medo da morte e dos tipos de morte, a subversão, satã e os agentes de satã, os muçulmanos, o judeu, a mulher, além das escatologias religiosas.
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