domingo, 22 de agosto de 2010

Campanha "Mostre Seu Valor"

Em geral, desconfio de campanhas. Não por sua idéia em si, de mobilizar grandes multidões em prol de objetivos comuns, mas pelo que muitas vezes subjaz a elas (vinculações institucionais, ideológicas, etc.) e pelo mau uso que tem ensejo a partir da disposição das pessoas para fazerem algo, desde que não tenham que sair dos seus confortáveis sofás. Porém, vez por outra permito-me convencer por alguma e este é o caso.
Li uma breve reportagem nos idos de Fevereiro, quando estive no Rio de Janeiro. Nela falava-se de um novo índice criado para confrontar a análise do país que se faz a partir dos critérios do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que, ao nos dar o grau de desenvolvimento de uma localidade, não nos diz, contudo, sobre os aspectos qualitativos das vivências de quem mora ali. O tal índice chamar-se-ia
IVH (Índice de Valores Humanos). Bunito, em princípio.
Passou o tempo e não voltei a ter notícias até que, noutro dia, cheguei a um assunto correlacionado e voltei ao ponto de início: a campanha "
Mostre seu valor", realizada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com o objetivo de promover valores de vida. Tal campanha surgiu após uma outra, a campanha "Brasil Ponto a Ponto", que escutou mais de meio milhão de brasileiros para definir o tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional 2009/2010, que já está disponível.
Com base na pergunta: "o que precisa mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade?", a pesquisa encontrou os seguintes resultados nacionais: 21% acha que é a educação; 14% a política pública; 13% a violência e 11% os valores, e assim por diante até chegarem aos 14 itens citados. A partir das respostas, ficou definido que o assunto do Relatório seriam “valores”. Numa segunda etapa, o PNUD encomendou uma pesquisa ao Ibope para averiguar quais eram, na avaliação dos brasileiros, os valores mais importantes.
Os
resultados do Relatório, que ganhou também versões em cordel, foram divulgados no dia 10 de Agosto. Como os comentários sobre eles seriam extensos demais para essa postagem, ficam os links e esse vídeo produzido pela campanha.
Minha opinião? Todo gato escaldado tem medo de água quente, mas um país preocupado em tirar esses resultados do papel é algo em que eu gostaria de acreditar.

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