quarta-feira, 1 de julho de 2009

“Cândido” de Voltaire

Um dos principais pensadores do Iluminismo francês, François Marie Arouet (1694-1778), Voltaire, é reconhecido e admirado, já entre seus contemporâneos, pela clareza e vivacidade de estilo. É celebrado por suas idéias de liberdade de expressão, de tolerância religiosa e de valorização do saber científico, assim como pelo seu firme empenho contra a superstição, o fanatismo e o despotismo.

O termo voltairianismo refere-se à atitude de incredulidade zombeteira com a qual o autor dirigia-se à superstição das religiões estabelecidas. Em sua produção literária, destacam-se as peças teatrais, Zaire (1732), Alzïre (1736); a primeira obra de história universal, Ensaio sobre o costume (1756), e historiografias sobre Charles XII (1731) e Luís XIV (1751); contos filosóficos, Zadig (1748), Micrômegas (1752), Cândido (1759). Nesta última, considerada sua mais célebre obra, o personagem voltairiano, Cândido, percorre o mundo, marcado por injúrias, guerras, males, incompatíveis com o abstrato universo leibniziano. Sua atitude pessimista e crítica do otimismo leibniziano revelam, contudo, uma subordinação da especulação metafísica à ação cotidiana, e um comprometimento com a vida tal como ela é. Assim, do pessimismo de Voltaire nasce uma moral da ação, sensata e resignada: “[...] mas é preciso cultivar nosso jardim”.

Fonte: MAUROIS, A. O pensamento vivo de Voltaire. São Paulo: Martins, 1965, p. 13-27.

Um comentário:

Leonardo Rosa disse...

Salve, salve!
A primeira postagem da Monalisa!
Feliz pela reflexão ao termo "voltairianismo" que como outros, são diletos e diretos da filosofia e presentes, atuais, no dia-a-dia, ainda que "maquiavélico" não faça jus ao Maquiavel.