No dia 04/03 teve início o ano de comemoração do bicentenário da morte de Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist na Alemanha, mais precisamente em Frankfurt do Oder, cidade natal do autor, onde, em uma sala de concertos local, o governador do estado de Brandemburgo, Matthias Platzeck, e o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, fizeram um solene discurso.
Ignorado como artista durante a vida, Kleist é hoje aclamado tanto como um dos mais importantes clássicos da literatura e dramaturgia de língua alemã, quanto como pioneiro do Modernismo, devido ao radicalismo de sua obra.
No ano de sua morte Kleist escreveria à prima Marie: "Minha alma está tão ferida que, eu quase diria, quando ponho o nariz para fora da janela, dói-me a luz que brilha sobre ele".
Após inúmeras decepções pessoais e profissionais Kleist opta por cometer suicídio, no entanto, não sozinho. Ele convence uma paciente terminal de câncer, que inclusive era casada e tinha uma filha pequena, a se matar junto com ele. No Kleiner Wannsee, em um frio dia de outono, o casal se mostrava eufórico, e pediu que lhes fossem servidos café e rum à beira do lago. Uma das testemunhas ainda os viu brincando de "pega-pega" ao longo da margem, como duas crianças. A certo ponto, ouviram-se dois tiros. Ajoelhados um diante do outro, Kleist disparara sua pistola contra o peito de Henriette Vogel, antes de atirar na própria boca. O casal foi enterrado no local mesmo do ato último, já que os costumes da época vedavam terminantemente aos suicidas o sepultamento em campo santo.
Algumas de suas maiores obras são O Jarro Quebrado (Der zerbrochne Krug), Pentesiléia (Penthesilea), Michael Kohlhaas, A Marquesa de O... (Die Marquise Von O...), as quais exerceram grande influência em Franz Kafka e muitos outros.
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