Quando alguém de nossa afeição ou simpatia parte, reforça de algum modo um vínculo que por mais tênue e discreto estabelecemos e, isto, quando de natureza poética, estética ou literária, parece ser ainda mais peculiar e vivo, como não seria menos se afetivo familiar.
Sabia que Roberto Piva há tempos estava doente... não por acaso isto apressou a sempre urgente demanda pela aquisição de suas obras que, com agradável surpresa numa dela, contei com sua voz narrando alguns de seus próprios poemas ("Estranhos sinais de Saturno", 2008, Globo).
Dias depois na Ilustríssima da Folha de São Paulo na seção "Arquivo Aberto - Memórias que viram histórias" (domingo, 20 de junho de 2010) lendo artigo da autoria de Sergio Cohn, "O capitão da loucura. São Paulo, 1996" me reavivou ainda mais a presença do poeta.
Particularmente quando recorda as palavras de Piva no tocante a escola: "A escola se coagulou em Galinheiro onde se chocam a histeria, o torcicolo & a repressão sexual, não existindo mais saída a não ser fechá-la & transformá-la em Cinema onde crianças & adolescentes sigam de novo as pegadas da Fantasia com muita bolinação no escuro".
E embora Cohn relembre isto num contexto específico no espaço-tempo, no caso 1996, pelo que tenho visto atualmente, 14 anos depois, parece mais uma professia poética que infelizmente se realizou. Mas se nos resta a poesia de Piva como a própria vida, temos esperança e nele, a inspiração e força para tornar a escola e a vida, melhores.
Algo diferente do artigo no jornal, digo que Roberto Piva é um amigo tanto quanto para sempre, um mestre.
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