Se esta é uma obra creditada ao gênero do terror e do suspense, reforçada pelas suas versões cinematográficas que lhe intensificaram ainda mais esta marca, vale considerar o quão a literatura, e em paticular no gênero da "ficção-científica", antecipa as tendências, fatos e fenômenos da vida e do mundo. Pode parece exagerado; mas sempre me lembro desta obra de Mary Shelley (1797-1851) quando leio notícias e manchetes destes "avanços" da medicina e das ciências. Cada vez mais próxima de tornar corpos em máquinas, assim como belezas inconformadas com a ação do tempo, em autênticos Frankensteins de pele esticada e próteses acentuando determinadas partes anatômicas do corpo. Se Mary Shelley em sua época pensou nesta dimensão do humano ao mote de um romantismo resoluto contra a morte e a dissolução da matéria, há de considerarmos hoje onde está e como fica a dimensão da subjetividade em meio a tantos corpos esculturais, naturais ou não. Os mesmos que muitas vezes são habitados por autênticos Frankensteins, cujo a forma é tudo, e o "conteúdo" se existe, bem poderia inspirar outras versões desta obra que nestes atuais "outros tempos", continua também romântica, embora às vezes pareça em tudo, mais decadente.
Sinopse: Mary Shelley (1797-1851), mulher do poeta inglês Percy B. Shelley, escreveu Frankenstein para participar de um concurso de histórias de terror realizado na intimidade do castelo de Lord Byron. Mesmo competindo com grandes gênios da literatura universal, acabou redigindo esta que é uma das mais impressionantes histórias de horror de todos os tempos. A história do dr. Victor Frankenstein e da monstruosa criatura por ele concebida vem fascinando gerações desde que foi publicada há mais de cem anos. Brilhante história de horror, escrita com fervor quase alucinatório, Frankenstein representa um dos mais estranhos florescimentos da imaginação romântica.
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