José Saramago volta a tratar em sua obra de um tema bíblico, agora, sob vestes do personagem "Caim"(2009, Cia das Letras) do Antigo Testamento, distante do Jesus de seu "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991, Cia das Letras). Com a usual verve irônica e crítica, refuta Deus através do próprio personagem título da obra, em temas como "justiça" e afirmações e questionamentos que decerto irão incomodar os maus crentes e agradar aos bons leitores.
Sinopse:
"Em 'Caim', José Saramago se volta aos primeiros livros da Bíblia, do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor que marcam sua obra. Num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme o leitor acompanha uma guerra secular, e de certo modo involuntária, entre criador e criatura. No trajeto, o leitor revisitará episódios bíblicos conhecidos. Para atravessar esse caminho árido, um deus às turras com a própria administração colocará Caim, assassino do irmão Abel e primogênito de Adão e Eva, num altivo jegue, e caberá à dupla encontrar o rumo entre as armadilhas do tempo que insistem em atraí-los. A Caim, que leva a marca do senhor na testa e portanto está protegido das iniquidades do homem, resta aceitar o destino amargo e compactuar com o criador, a quem não reserva o melhor dos julgamentos."
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