terça-feira, 12 de outubro de 2010

Autores brasileiros editados na Argentina

Depois de chegar à Argentina e superar as dificuldades de adaptação ao clima, à culinária e ao idioma, começo a buscar algumas leituras que possam ajudar a conhecer mais e melhor nossos "hermanos". Assim me acerquei à Revista Cultural Ñ, editada pelo grupo Clarín. À parte as questões políticas entre o grupo Clarín e a presidência do país, me parece que é sempre oportuno ler uma revista de cultura, sobretudo se é barata - a Ñ sai sempre aos sábados e custa $2 (dois pesos, aproximadamente R$ 1).

Nesta revista, no dia 31.07, publicaram uma reportagem de quatro páginas sobre Clarice Lispector (foto ao lado) por causa da publicação de uma nova tradução de "A paixão segundo G.H." pela editora El cuenco de La Plata (189 págs, $64 - sessenta e quatro pesos: aprox. R$ 32).

Na reportagem esclarecem que Clarice é, ao lado de Jorge Amado, a autora brasileira mais lida na Argentina, o que a mim confirma que ela realmente está na moda. Outra prova de que o pessoal está interessado é que na universidade onde estou fazendo intercâmbio (Universidad Nacional de Villa María) a obra de Lispector foi incluída no programa de uma disciplina optativa chamada Seminario de Lecturas de Literaturas Latinoamericanas, junto às obras do mexicano José Emilio Pacheco e de uma antologia de autores paraguaios. Para quem tiver interesse, o programa dessa disciplina está disponível em: http://fabianmossello.blogspot.com/2010/07/seminario-literaturas-latinoamericanas_26.html (em espanhol).

No dia 14.08 saiu uma resenha sobre um livro de Graciliano Ramos. Intitulada "La región del miedo", trata de "Infância" que aqui foi editado por Beatriz Viterbo Editora e sai a $ 57,00 (cinquenta e sete pesos; aprox. R$ 28).

A resenha chama a atenção para a crueza das situações que Graciliano descreve como memórias de seus primeiros anos e destaca que as experiências que o autor viveu nesta idade temprana favoreceram ao estabelecimento de um carácter mais solitário.

2 comentários:

Carolina Lima disse...

Legal Clarice sendo lida em todas as partes do mundo. Ela é mesmo universal... Li em uma revista há pouco tempo que ela é muito lida na França também, os franceses a adoram!

Ailton Augusto disse...

Sim, Clarice está em todas partes, De alguma maneira o "temor" que me faz escrever que ela está "na moda", "banalizada", de alguma maneira é a reproduçao de um discurso acadêmico que considera alguns autores "sagrados".

O importante é que as pessoas possam ser "tocadas" pelo texto da autora, que acho que era isso o que ela queria.

Abraços!