No último encontro do grupo de leituras Palimpsestos, discutiu-se a obra Os sofrimentos do jovem Werther (1774), de Goethe. A obra é caracterizada por uma narrativa essencialmente subjetiva, conforme se evidencia no tom confidencial das cartas de um único personagem (Werther). Nessas cartas, a subjetividade do personagem é o móvel da narrativa, onde se destaca uma postura extremamente sentimental e individualista, frente a um amor impossível, cujo sofrimento culminanará no próprio fim de Werther.
Inspirado, em parte, na vida do próprio Goethe (seu amor por Charlotte Buff, esposa do amigo Johann Kestner) e também no desfecho trágico da história de Karl Willhem Jerusalém (que, diante da paixão pela mulher de um amigo, encontra na morte a superação do seu sofrimento), o romance apresenta a existência e a arte em uma íntima e profunda relação. Também compondo essa relação, a natureza funciona como cúmplice do eu enunciador, sendo a liberdade de criação um fator fundamental para o artista que quer despojar-se de todas as regras e convenções sociais. Mas, dada a impossibilidade de viver, na realidade, o que o eu deseja e imagina, a escrita do Romantismo aponta, por isso mesmo, a inadaptação à existência e a fragilidade do racionalismo iluminista, o que leva o ser romântico a buscar outras possíveis soluções para enfrentar o mundo. Nesse sentido, estão, por exemplo, a idealização do amor, a partilha com as tradições de um povo e a busca de um passado como modelo. Enfim, é uma fuga como forma de se superar provisoriamente o conflito com a realidade exterior.
Com isso, a literatura do Romantismo inaugurada por Goethe, na Alemanha, traz para a vida o valor ético do palco, ou seja, “o coração, ele só, é o artífice de sua própria sorte”. É nesse “palco vivo” que o homem busca conhecer a extensão de sua força, tentando viver, para além do limite da realidade, toda a intensidade de sua alegria e dor.
Inspirado, em parte, na vida do próprio Goethe (seu amor por Charlotte Buff, esposa do amigo Johann Kestner) e também no desfecho trágico da história de Karl Willhem Jerusalém (que, diante da paixão pela mulher de um amigo, encontra na morte a superação do seu sofrimento), o romance apresenta a existência e a arte em uma íntima e profunda relação. Também compondo essa relação, a natureza funciona como cúmplice do eu enunciador, sendo a liberdade de criação um fator fundamental para o artista que quer despojar-se de todas as regras e convenções sociais. Mas, dada a impossibilidade de viver, na realidade, o que o eu deseja e imagina, a escrita do Romantismo aponta, por isso mesmo, a inadaptação à existência e a fragilidade do racionalismo iluminista, o que leva o ser romântico a buscar outras possíveis soluções para enfrentar o mundo. Nesse sentido, estão, por exemplo, a idealização do amor, a partilha com as tradições de um povo e a busca de um passado como modelo. Enfim, é uma fuga como forma de se superar provisoriamente o conflito com a realidade exterior.
Com isso, a literatura do Romantismo inaugurada por Goethe, na Alemanha, traz para a vida o valor ético do palco, ou seja, “o coração, ele só, é o artífice de sua própria sorte”. É nesse “palco vivo” que o homem busca conhecer a extensão de sua força, tentando viver, para além do limite da realidade, toda a intensidade de sua alegria e dor.
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