quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Léon Bloy (1846-1917)


Léon Bloy nasceu em Notre-Dame-de-Sanilhac, pequeno município no sudoeste da França, em 1846, vindo a falecer em 1917. Embora sua juventude tenha sido marcada pelo agnosticismo e pelo ódio à religião instituída, até conhecer o escritor Barbey d'Aurevilly que o converteu ao catolicismo. Bloy, embora tenha escrito narrativas curtas extremamente originais, nunca recebeu o devido reconhecimento, uma vez que sua obra, com sentenças cáusticas e satíricas, provoca o mal-estar tanto de ateus materialistas quanto de católicos e religiosos hipócritas. Conheceu a miséria muitas vezes ao longo de sua vida e tornou-se inimigo declarado de grande parte dos escritores franceses de sua época, tais como Maupassant (que, nas palavras de Léon, possuía "uma escrita efeminada que queria se passar por máscula"), Flaubert (definido como "concubina de dicionários"), Daudet e Emile Zola. Bloy transportava todo o seu ressentimento e antipatia pela sociedade para os seus contos. Estes, por sua vez, são de uma crueldade imensa e geralmente demonstram o lado mórbido, frio e maléfico da humanidade. Autodenominando-se "o peregrino do absoluto", "o mendigo ingrato" e "o que não se vende", Bloy - segundo Borges - foi um dos precursores de Kafka, com seus contos que exploram sutilmente o fantástico e o inexplicável, bem como a relação desses elementos sobre a vida do homem. Infelizmente a obra de Léon Bloy não está totalmente disponível no Brasil: apenas alguns contos espalhados em algumas antologias, como as de Flávio Moreira da Costa. Embora não tenha recebido os louros merecidos, Bloy de maneira alguma foi esquecido: Borges não esconde a influência que o autor francês teve em sua obra e confessa que ele é um dos autores que ele sempre relia.

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