terça-feira, 28 de junho de 2011

Diário de um velho louco

 Jun'ichiro Tanizaki é um dos maiores expoentes da literatura japonesa do século XX. Expulso por inadimplência do departamento de literatura da Universidade Imperial, Tanizaki desde cedo participou da chamada "escola Tanbiha" que tinha como prioridade apenas a arte e beleza, em contraposição à escola naturalista da época. Em "Diário de um velho louco", o escritor nos apresenta a relação entre o ancião Utsugi e sua nora Satsuko, ex-dançarina de casas noturnas que usa de sua sedução para manipular seu sogro. Premido pela aproximação da morte, Utsugi, mesmo com seus 77 anos de idade, dá vazão à todos os seus instintos e entrega-se completamente aos prazeres do corpo. Como comenta Leiko Gotoda, "o universo de Tanizaki é intimista e centrado na sensualidade e no relacionamento físico entre as pessoas, e a infidelidade, fetichismo, tendências sádicas e voyeurismo não coíbem os personagens de realizar seus anseios, bem na tradição budista que desconhece a noção de pecado - ao contrário de outros escritores japoneses de sua geração, Tanizaki jamais viajou ao Ocidente e não era influenciado pelo cristianismo e suas normas morais". No Brasil, o livro foi publicado pela Editora "Estação Liberdade".

Gonçalo M. Tavares vence Prémio da Associação Portuguesa de Escritores


"Uma Viagem à Índia, editado pela Caminho, valeu a Gonçalo M. Tavares o grande prémio de romance e novela  atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) em conjunto com o Ministério da Cultura."1

1 Informação retirada da versão online do Jornal Público, publico.pt.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sobre "Livro e Liberdade": anotações de um encontro



No último encontro do grupo de leitura Palimpsestos, a obra de Luciano Canfora propiciou uma favorável ocasião para a discussão da relação livro-pessoa. Já em seu primeiro capítulo, Liber, pode-se observar o papel ativo e transformador do livro nesta relação. A exemplo de Dom Quixote, o livro pode compelir seu leitor a observar o real a partir de seu filtro e a arriscar-se em fazer o que foi lido. Outra relação totalizante com o livro pode ocorrer ao leitor de um livro só, quando este faz de sua leitura uma autoridade imperativa. Contudo, da leitura dedicada a um único livro, o leitor também pode decodificar e conquistar de forma mais profunda seu conteúdo, tornando-se, por conseguinte, um expert e um “adversário assustador”, conforme acredita Canfora, ao nos remeter às palavras de S. Tomás de Aquino: “o homem que só conhece um livro, mas que o possui bem, é um adversário assustador”.
Outras passagens dignas de nota são as referências às bibliotecas, descritas como “paraíso” em que o leitor perde-se em meio ao êxtase provocado pela visão dos livros, mas também como “campo de batalha” entre livros antigos e modernos. Além disso, podem-se observar duas concepções distintas de biblioteca: uma antiga, constituída por poucos livros e por livros estritamente necessários, os quais revelam o seu leitor; e uma moderna, em que vigora a posse de bibliotecas particulares unicamente como símbolo de prestígio social. Seus donos são referidos por Sêneca como bibliômanos no intuito de ressaltar a coleção ostentatória de alguém que não lê.
Por fim, no amor devotado ao livro, o autor não permite esquecer que devemos ser seletos e, citando D’Alembert, adverte sobre a necessidade de haver certa distância do que se lê para que se possa julgá-lo; e de apropriar-se pessoalmente da leitura, sem, contudo, esquecer-se de compartilhá-la.

Séries Históricas


War and Peace (Guerra e Paz)
Baseada na obra-prima de Leon Tolstói, a série, de 2007, conta a história das famílias da aristocracia russa durante a época napoleônica, mais precisamente durante a invasão da Rússia pelas tropas de Napoleão. Essa invasão selou o destino dos inúmeros personagens da trama criada por Tolstói, afetando profundamente a vida, os amores, os desejos, as vinganças e a busca da felicidade de cada membro das famílias Bezukhov, Bolkonski e Rostov. “Guerra e Paz” foi levado aos cinemas pela primeira vez em 1915 e, desde então, várias adaptações para teatro, ópera, cinema e rádio já foram produzidas. Esta nova versão, dirigida por Robert Dornhelm, teve o vultuoso orçamento de US$30 milhões e contou com a participação de 7 países (Rússia, Estados Unidos, Itália, Alemanha, França, Espanha e Polônia) em sua produção. Fazem parte do elenco atores e atrizes com grande experiência no cinema e em seriados, destacando-se os nomes de Malcolm McDowell (“Laranja Mecânica”), Clémence Poésy (“Harry Potter e o Cálice de Fogo”) e Alexander Beyer (“Adeus, Lênin!”).

http://www.youtube.com/watch?v=9Z6S2X1j8yw&feature=share


Helena of Troy (Helena de Tróia)

A minissérie de 4 episódios “Helena de Tróia”, baseada na obra de Homero, exibida em 2003, conta uma das mais conhecidas histórias da mitologia grega e da literatura mundial: a fuga de Helena, a mais bela mulher do mundo e esposa do rei espartano Menelaus, com Páris, o príncipe, para Tróia. A fuga da rainha espartana vai causar a famosa guerra de Tróia, em que batalhas grandiosas juntam-se à valentia dos heróis, romances proibidos e táticas inesperadas para criar um épico inesquecível. É nesta batalha que surge o famoso Cavalo de Tróia, uma artimanha muito bem planejada pelos gregos após 10 anos de guerra. Com o Cavalo, o exército do rei Menelaus e seu impiedoso irmão, Agamennon, consegue entrar na cidade fortificada, dando início à luta decisiva que selou o destino de dois impérios. “Helena de Tróia” foi indicada a vários prêmios, inclusive a um Emmy por “Melhor edição de áudio em programa de tevê”. A minissérie foi gravada em Malta e na Grécia e conta com um elenco internacional, além de efeitos especiais de última geração.

http://vimeo.com/6349149


The Tudors
The Tudors é uma série de drama, de 2007, sobre os primeiros e tumultuosos anos do reinado de Henrique VIII da Inglaterra. Paixão, ambição e traição se transformam no fio condutor da série, que mostra um Henrique VIII muito diferente do que aparece nos livros de história. Jovem, atraente e poderoso, mostra-se um rei capaz de grandes proezas atléticas. Sem dúvida alguma, um monarca que não colocava os assuntos de Estado entre suas prioridades e que sempre deixava os problemas oficiais nas mãos do Cardeal Tomas Wolsey. Para aqueles próximos de "Sua Majestade", satisfazer o rei era uma faca de dois gumes. Henrique VIII era até mesmo capaz de desafiar a instituição mais poderosa da Europa medieval: a Igreja Católica Romana. Também era conhecido por mandar executar seus súditos diante da mínima demonstração de insubordinação. Filmada na Irlanda, a trama desta produção se desenvolve na Inglaterra, nos dez primeiros anos do reinado de Henrique VIII. Um reinado que se iniciou em 1509, quando ele tinha apenas 19 anos de idade. Além de mostrar as alianças políticas mais significativas do monarca, a série gira em torno das companheiras femininas do rei: Catarina de Aragão e Ana Bolena. Também é dado destaque à particular relação que o rei mantinha com Charles Brondon, o Duque de Norflok, o Cardeal Wolsey (chefe da Igreja Católica, no período de separação de Roma) e o humanista Tomas More.

http://www.youtube.com/watch?v=WXNf9dxnQrM



Rome (Roma)

A série, de 2005, é baseada nos eventos históricos que culminaram no estabelecimento do império Romano, tem duas temporadas e começa contando a história da vitória de Julio César na batalha de Alesia e termina a primeira temporada com o assassinato dele. A segunda temporada inicia os eventos a partir do assassinato de Julio Cesar, levando a batalha interna entre Marco Antonio e Octavio Cesar, culminando no segundo triunvirato romano composto de Octavio [Max Pirkis], Marco Antonio [James Purefoy] e Lépido e mais tarde na ascensão de Octavio como primeiro imperador romano. A série expõe as principais qualidades dos protagonistas, Marco Antonio era excelente estrategista militar e tinha a lealdade das legiões por sempre estar ao lado de seus soldados nas batalhas. Octavio é colocado sempre como um grande estrategista político, um dos motivos de ter sido bem sucedido. A série também explora muito as guerras entre as famílias de julli e de junii. Além disso, é contada a história dos legionários Lucio Voreno [interpretado por Kevin Mackidd que atuou como Poseidon no Percy Jackson] e Tito Pulo [Ray Stevenson], citados no Bello Gallico, que relata as sete campanhas de Julio Cesar na Gália. A série é muito boa principalmente pelas suas referencias históricas e sua atenção à detalhes da cultura romana. Roma é uma co-produção da rede de televisão paga estadunidense HBO, da britânica BBC e da italiana RAI, rodada nas proximidades da atual cidade e nos antigos estúdios de Cinecittà, em uma superfície de mais de 20.000 metros quadrados, com a participação de 350 pessoas. Por isso é a série mais cara da história da televisão, com um gasto de cem milhões de dólares.

http://www.youtube.com/watch?v=3TzvNnk2p3Y

http://www.youtube.com/watch?v=aWzgX3NJkWQ

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O livro de Praga

Escrito durante a viagem proporcionada pelo projeto "Amores Expressos" - que concedeu a 16 escritores um mês de estadia em uma cidade estrangeira para que escrevessem um romance que fosse ambientado naquele cenário -, "O Livro de Praga" de Sérgio Sant'Anna, considerado como um dos maiores e mais inventivos escritores da literatura brasileira contemporânea, tem como cenário a cidade que dá nome à obra. Divido em sete episódios que se comunicam, o livro narra as peripécias e fantasias eróticas do escritor Antônio Fernandes durante suas caminhadas pelas ruas de Praga. Dentre os vários casos do protagonista, pode-se destacar a pianista Béatrice Kromnstadt, a estátua de Santa Francisca e a boneca de pano Gertrudes. O livro retoma e aprimora todas as temáticas trabalhadas por Sant'Anna, como, por exemplo, o erotismo sem pudor, as perversidades e patologias sexuais e a ironia sobre a própria noção de literatura.