segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Meditações", de Marco Aurélio


Inspirado pelo Estoicismo, cuja doutrina é baseada em cultivar a impassibilidade diante do infortúnio, As Meditações constituem um diálogo do Imperador Marco Aurélio consigo. Muitas das inquietações apontadas no livro advêm de acontecimentos dramáticos que ele presenciou em sua participação nas campanhas militares. Contudo, ele não se atém aos acontecimentos nem trata de enfocá-lo simplesmente como um registro do que vê à volta. O seu intento consiste em retirar da própria experiência ensinamentos e comprovações encontrados no Estoicismo que lhe sejam de grande valor moral à existência.
Nessa perspectiva, se o curso do mundo obedece a um determinismo contra o qual é inútil lutar, o autor afirma taxativamente: “Para cima e para baixo, de um lado para o outro, de roda em roda, é este o monótono e enfadonho ritmo do universo. Tudo o que acontece foi preparado desde toda a eternidade; a sucessão de causas esteve sempre fiando a tua existência e o que te acontece" (Livro X, 5). E, mais adiante: “E nada pode transgredir a necessidade do destino e de uma ordem, nem a providência que ouve a súplica, nem um desgovernado caos sem finalidade. Se a Necessidade nada pode transgredir, por que resistes?”
Será que na ordem dos acontecimentos, é assim que todo o universo se manifesta? Eis, portanto, uma oportuna leitura a ser refletida...

Nenhum comentário: