A obra deste mês é uma das mais prestigiosas criações de Machado de Assis: a novela O alienista. Publicada no volume Papéis Avulsos (1882), ela ganhou "vida própria", vindo a ser editada em volume separado por várias editoras, como o demonstra a capa ao lado, da Ática.
A novela conta a história do doutor Simão Bacamarte, um renomado alienista que vem de Portugal e instala-se em Itaguaí, no interior fluminense, para dedicar-se à investigação das causas da loucura.
Com o objetivo de reunir em um só local os "deserdados do espírito", o doutor Bacamarte manda construir uma "casa de Orates" para acolhê-los: a Casa Verde. Ao longo da história, veremos o crescimento e a diminuição do número de habitantes da instituição, cuja variação "demográfica" decorria em grande parte das mudanças que o alienista fazia em suas teorizações sobre a loucura, cujos limites ele não conseguiu delimitar com o rigor que seu cientificismo pretendia. Aliás esse rigor científico que caracterizou a segunda metade do século XIX é o grande alvo da crítica machadiana nessa novela, que retrata com perfeição as limitações de uma visão e/ou prática extremadas de qualquer doutrina.
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