De aspecto lúgubre e atmosfera algo sinistra, o filme parte de premissa conhecida acerca da mística de alguns livros malditos - libris maleficarvm - no caso, uma obra escrita pelo próprio Lúcifer onde, as 3 cópias dispersadas com suas gravuras uma vez reunidas, conferirão ao portador a condição de poderes especiais para invocar o próprio ou dele haurir supostos poderes. Johnny Deep (como Dean Corso) interpreta um book-hunter que caça pelo mundo as obras perdidas, cujos o atuais proprietários sofrem mortes horríveis. A obra: "Os nove portais para o reino das sombras" publicada em 1666 por um autor veneziano em coautoria com Lúcifer, dai o título do filme como a clara referência simbólica que aos poucos caracteriza-o como mais um típico da cultura demoniológica ou da demoniologia. A trama que se desenrola em meio ao universo livresco revela as muitas nuances da bibliofilia dos colecionadores que, com suas motivações diversas, justificam a esmerada dedicação aos livros. O mesmo objeto que simbolizando o saber, ao longo da história também foi capaz de gerar horrores, temores e censuras das quais algumas o filme retrata de modo ficcional, algo anacrônico, mas bem filmado pelo gênio cinéfilo de Polanski que confere veracidade e é convincente das atuações aos argumentos, embora Lúcifer, continue à parte para os mais religiosos e bovarystas, apenas mais um personagem entre muitos outros que povoam a Bíblia e outros títulos das Bibliotecas e claro, Cinematecas.
(The ninth gate. França/ Espanha/ EUA, 1999, 127 min. Diretor: Roman Polanski. Elenco: Johnny Depp, Frank Langella, Lena Olin, Emmanuelle Seigner, Barbara Jefford, Jack Taylor, José López Rodero)
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