Nascido em 1875, Thomas Mann foi o segundo filho do casal Johann Heinrich Mann e Julia da Silva Bruhns. Sua mãe, como talvez se note pelo nome, era brasileira de ascendência germânica e havia se mudado para a Alemanha com sete anos de idade.
Seu pai era industrial e senador de certa nomeada e veio a falecer quando o futuro escritor estava com 15 anos de idade. Por essa época sua mãe se desloca para Munique, ao sul do país, onde fixa residência com os filhos mais novos. Ao terminar seus estudos, Thomas Mann começa a trabalhar no escritório de uma firma de seguros desta cidade, passando em seguida para a carreira de jornalista. Como preparação para exercer esta profissão, ele inicia uma série de leituras sobre história, economia, história da arte e literatura, além de frequentar algumas aulas na universidade e no colégio politécnico. Em seguida, viaja para a Itália, onde vive aproximadamente um ano junto de seu irmão Heinrich, mais velho que ele quatro anos.
Sua primeira obra, a coleção de histórias curtas Der kleine Herr Friedemann, veio à luz em 1898. Três anos mais tarde, ele publica a novela Buddenbrooks, que obteve bastante êxito junto aos leitores alemães e que será citada pela Academia Sueca como um dos motivos pelos quais se atribuiu o Prêmio Nobel ao autor.
Casa-se em 1905 com a filha de Alfred Pringsheim, professor da cátedra de Matemática na Universidade de Munique. Ela descendia, por parte de mãe, do afamado jornalista berlinense Ernst e Dohm Hedwig, cuja esposa havia desempenhado um papel importante no processo de emancipação da mulher. O matrimônio lhe deu seis filhos.
Uma de suas mais conhecidas novelas, Der Tod in Venedig [A morte em Veneza, que será lida pelo Palimpsestos neste mês de março] foi publicada em 1913. Junto de Tonio Kroger, publicada originalmente em volume de 1903, essa novela é considerada como exemplar da arte de Thomas Mann neste gênero.
Tendo interrompido seu trabalho em função da Primeira Guerra Mundial, só mais à frente irá dedicar-se à composição daquela que é tida como sua obra máxima: Der Zauberberg [A montanha mágica], publicada em 1924 em dois volumes. Foi laureado com o Prêmio Nobel em 1929.
Em 1933, Thomas Mann muda-se para a Suíça, exilando-se em função da ascensão dos nazistas ao poder, visto que estes promoveram uma forte campanha contra ele. A expatriação formal ocorre em 1936 e já no ano seguinte a Universidade de Bonn priva o escritor do título de doutor honoris causa que lhe havia sido dado, o qual só foi restituído em 1946. Em função desses problemas e da Segunda Guerra Mundial, que eclode em 1939, o escritor passa a viver nos Estados Unidos, de onde se muda em 1953, passando a viver em Zurique (Suiça), local em que vem a falecer dois anos depois.
O autor recebeu ainda outros prêmios literários, como o Goethe Prizes of Weimar (da Alemanha Oriental) e o Prêmio Frankfurt (Alemanha Ocidental), ambos conferidos em 1949. De sua extensa bibliografia, outros títulos que merecem menção são: Mario und der Zauberer: Ein tragisches Reiseerlebnis (1930), Lotte in Weimar (1939), Joseph und seine Brüder (1933-43) [uma versão de uma história do Antigo Testamento] e Doktor Faustus: Das Leben des deutschen Tonsetzers Adrian Leverkühn, erzählt von einem Freunde (1947)
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