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De suas lembranças do sertão agreste do Nordeste, do Capibaribe, da "educação pela pedra" onde mais conta o trabalho com a realidade dura e áspera, severina, da palavra sem "inspiração" ou de "amorzinhos" (como certa vez ironizou com Vinícius de Moraes), pertenceu a cepa de gênios de Recife com Manuel Bandeira e Gilberto Freyre (seus primos) além de irmão do renomado historiador Evaldo Cabral de Melo Neto. Foi também amigo dos espanhóis, o pintor Miró e poeta Brossa, além de membro da Academia Pernambucana e Brasileira de Letras. Sua prosa e versos a mim ressoam cada vez mais próximos, ainda que o lirismo e natureza poética mais presentes de algum modo, ainda teimem em se associar a outras imagens, temas, idéias e objetos não tão ligados a uma vida e menos ainda, morte, severinas. Numa de suas últimas entrevistas concedidas ao jornalista Pedro Bial pela GloboNews, confessou não acreditar em "vida depois da morte", mas que mesmo assim, "temia o inferno". A descoberta de sua poesia me foi muito marcante, inaugurando abertura de uma percepção da concepção e qualidade poética que sua palavra, fazendo da dureza, matéria prima de beleza, a certeza deste poder transformador da poesia e dos "Midas" que são os poetas.
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